Financiamento dos 500 táxis de Riquinho em Angola
Por TopAngola ·

Resumo:
Resumo do projeto de Riquinho que prevê distribuir 500 táxis via crédito. Aborda dúvidas sobre origem dos fundos e possíveis motivações políticas.
Pontos-chave:
Em 20 de agosto de 2025, Henrique Miguel “Riquinho”, empresário do entretenimento em Angola, apresentou um ambicioso plano para fornecer 500 táxis a motoristas de Luanda e outras províncias. O projeto prevê a entrega de 25 veículos por semana, num regime de crédito com prestações mensais durante cinco anos, garantindo que os beneficiários se tornem proprietários ao final do período.
O valor estimado para cada unidade Toyota Hiace é de ~35.200 euros, totalizando um investimento superior a 17,6 milhões de euros. Isso levantou perplexidade entre analistas e taxistas, que questionam a transparência financeira do processo. Riquinho nega qualquer apoio direto do Governo do MPLA e afirma que os recursos são de fundos privados previamente negociados com importadoras locais. Surgiram suspeitas de interesses políticos, especialmente após a paralisação dos taxistas.
O acesso aos veículos está restrito a motoristas com 5 a 10 anos de atividade, filiados a associações da categoria e com contribuições em dia. A iniciativa visa melhorar condições de trabalho e oferecer tarifas de 250 kwanzas, abaixo dos 300 oficiais. No entanto, críticos alertam para a necessidade de avaliar a viabilidade financeira e o impacto a longo prazo na mobilidade urbana e na independência dos taxistas.
Segundo Riquinho, será publicada semanalmente uma lista com 25 carros disponíveis, alcançando média de 100 veículos por mês. As operadoras locais já teriam importado cerca de 100 unidades, o que permitiria entregar 400 táxis em 60 dias. O modelo contribuiria para reduzir protestos sobre tarifas e fortalecer a percepção de empoderamento dos motoristas, mas levanta dúvidas sobre a capacidade logística.
Analistas e líderes sindicais destacam que, sem total transparência e mecanismos de supervisão, o projeto pode criar dependência dos motoristas em relação a Riquinho e fragilizar reivindicações por melhores condições. Para o ativista Alexandre Bolívar, a ação busca “acalmar” protestos e gerar dívida moral. A longo prazo, ponderam especialistas, investimentos pontuais não bastam para enfrentar aumentos constantes do combustível e desafios do transporte público.