FMI Revisa Crescimento e Alerta Riscos em Angola
Por TopAngola ·

Resumo:
O FMI reviu o crescimento de Angola para 2,1% em 2025 e sinalizou riscos na capacidade de pagamento, devido à queda das receitas petrolíferas.
Pontos-chave:
Em 8 de setembro de 2025, o FMI divulgou a Avaliação Pós-Financiamento e anunciou a revisão em baixa da projeção de crescimento de Angola para 2,1% em 2025. No comunicado, a instituição destaca que, apesar da capacidade de pagamento continuar adequada, os riscos aumentaram em relação ao ano anterior, motivados por desafios macroeconómicos e financeiros que exigem atenção imediata e recomendam medidas de contenção fiscal.
Em particular, o organismo salientou a queda nas receitas do petróleo no primeiro semestre, que pressionou a posição fiscal. As receitas petrolíferas registaram redução significativa face às projeções iniciais, levando o défice a projetar-se em 2,8% do PIB em 2025. O cenário resultou do efeito combinado de preços voláteis e menor produção, afetando a capacidade de acumular reservas e honrar compromissos externos.
Os diretores executivos alertaram para as pressões de financiamento de curto prazo, decorrentes do vencimento de montantes elevados da dívida externa. O serviço da dívida aumentou significativamente, reduzindo o espaço fiscal para novas operações de crédito. A instituição salientou a necessidade de racionalizar despesas, reforçar a coordenação entre as autoridades e antecipar renegociações estratégicas para mitigar riscos de liquidez e fortalecer reservas.
No comunicado, o FMI instou as autoridades angolanas a adotarem políticas macroeconómicas prudentes e a manterem esforços de reforma sustentados. Destacou o reforço do quadro fiscal, a melhoria da governação e a transparência na gestão de receitas. Os diretores enfatizaram a urgência de prosseguir a reforma dos subsídios aos combustíveis, garantindo proteção aos grupos mais vulneráveis e acelerar medidas de mobilização de receitas não petrolíferas.
Adicionalmente, o FMI saudou os progressos na mobilização de receitas não petrolíferas, sublinhando a importância de diversificar a base fiscal. Enfatizou também o combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo como prioridade, visando a saída definitiva da lista cinzenta do GAFI. A instituição recomendou estratégias de comunicação eficazes para envolver a sociedade civil e garantir apoio às reformas.