Terça-feira, Setembro 9
Resumo

Réus do Caso Lussati exigem devolução de bens

Por TopAngola ·

2 min leitura
Réus do Caso Lussati exigem devolução de bens

Resumo: 

Condenados do Caso Lussati acusam rede ligada a Joel Leonardo de extorsão judicial e exigem devolução imediata de bens e salários retidos há 53 meses.

Pontos-chave:

  • Em 8 de setembro de 2025, em Luanda, um grupo de réus do Caso Lussati apresentou denúncia oficial contra uma suposta rede de extorsão judicial vinculada ao ex-presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo. Apesar de terem cumprido sentenças e sido absolvidos pelo Tribunal Constitucional em novembro de 2024, os acusados continuam sem acesso aos seus bens e salários, enfrentando bloqueios administrativos e jurídicos inexplicados há mais de 4 anos.

  • Condenados originalmente por crimes de peculato e branqueamento de capitais a três anos de prisão, os réus recorreram de forma extraordinária ao Tribunal Constitucional. Em 6 de novembro de 2024, o Acórdão considerou violados os direitos à ampla defesa, ao contraditório e o princípio in dubio pro reo, anulando as sentenças. Ainda assim, decisões subsequentes no Tribunal Supremo mantiveram retenções de patrimônios, segundo os denunciantes.

  • Segundo relatos, ordens provenientes do gabinete de Joel Leonardo teriam instruído o restabelecimento dos bens apenas a réus considerados “colaboradores”, sob a supervisão do juiz Daniel Geraldes Modesto, aliado a Leonardo. Enquanto alguns já recebem salários, outros, como os que rejeitaram partilha forçada, continuam sem remuneração há 53 meses, sem explicações formais e sem previsão de desbloqueio ou restituição patrimonial.

  • O Acórdão do TC também apontou violações graves, como a proibição de reformatio in pejus, o descumprimento dos princípios de igualdade e legalidade (arts. 6.º e 23.º da CRA) e a utilização indevida de declarações próprias, ferindo o princípio da não auto-incriminação. Segundo o documento, não se comprovou o caráter incongruente do patrimônio, reforçando o princípio in dubio pro reo e a necessidade de revisão dos atos jurídicos.

  • Os denunciantes lançaram um apelo público para a instauração imediata de um inquérito independente, visando investigar critérios e responsabilidades na devolução de bens e desbloqueio de salários. Por que réus com sentenças idênticas recebem tratamento distinto? Questionamentos sobre imparcialidade e integridade do sistema judicial pressionam as autoridades a agir, sob risco de agravar a crise de confiança na Justiça angolana.

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