FMI corta previsão de Angola para 2,4%
Por TopAngola ·

Resumo:
Missão do FMI em Luanda baixou de 3% para 2,4% a previsão de crescimento de Angola em 2025, alertando para riscos ligados ao petróleo e financiamento.
Pontos-chave:
Uma missão do FMI, liderada por Mika Saito e concluída em 12 de maio, avaliou o desempenho pós-programa de financiamento de Angola. Ao fim das reuniões em Luanda, a equipa reduziu a projeção de crescimento real para 2025 de 3% para 2,4%, refletindo preços de petróleo mais baixos, menor investimento e condições de crédito externo cada vez mais apertadas.
O Fundo sublinha que em 2024 a economia angolana registou expansão robusta de 4,4%, sustentada pelo aumento de produção petrolífera, pela retoma da construção, comércio e agricultura e por inflação em desaceleração. A entidade adverte, porém, que esse dinamismo pode não se repetir caso o barril permaneça abaixo das projeções e o financiamento externo continue escasso.
Entre os riscos mapeados pelo staff constam queda prolongada da receita petrolífera, imposição de condições financeiras internacionais mais duras, elevação do serviço da dívida, volatilidade cambial e choques climáticos sobre a agricultura. O FMI recomenda políticas fiscais prudentes, recomposição de reservas cambiais e redes de proteção social focadas para escudar os grupos mais pobres.
Segundo Mika Saito, as autoridades angolanas demonstraram determinação em conter riscos emergentes e já identificam medidas de mitigação, incluindo cortes seletivos de despesa, mobilização adicional de receita não petrolífera e gestão ativa da dívida. O objetivo, diz a missão, é preservar a estabilidade macroeconómica, sustentar o crescimento do setor não petrolífero e proteger programas sociais prioritários.
O relatório final da missão será submetido ao Conselho Executivo do FMI em julho de 2025. Se aprovado, orientará o diálogo de supervisão pós-programa. Até lá, a equipa acompanhará a execução orçamental, esperando que a inflação continue a ceder gradualmente, que o kwanza permaneça estável e que as reformas estruturais mantenham ritmo ambicioso.