Gravidez precoce e cesariana no Zango
Por TopAngola ·

Resumo:
Seis cesarianas diárias em adolescentes no Zango expõem alta gravidez precoce. Hospital do Zango 2 pede políticas de saúde para jovens vulneráveis.
Pontos-chave:
Em Zango, na província de Icolo e Bengo, são registrados seis partos por cesariana diários em adolescentes menores de 19 anos. Esse índice reflete a realidade de unidades como o Hospital do Zango 2, onde a equipe médica monitora atentamente cada caso e busca compreender os fatores que levam a esse padrão recorrente na região. A prática tem mobilizado discussões sobre saúde pública e prevenção no país.
Autoridades sanitárias atribuem o alto número de casos a gravidez precoce, frequentemente associada à falta de orientação familiar e à carência de programas educacionais nas comunidades. O Ministério da Saúde é instado a reforçar campanhas de informação e a promover ações de conscientização voltadas a pais, responsáveis e jovens, visando reduzir a incidência de gestações na adolescência. Iniciativas comunitárias também são consideradas essenciais para o apoio às famílias.
Segundo Domingas Lourenço, enfermeira do Hospital do Zango 2, "os casos estão a atingir contornos preocupantes", exigindo atenção imediata. Ela destaca a necessidade de respostas integradas entre serviços de saúde, educação e assistência social, para garantir acompanhamento e suporte adequados às adolescentes gestantes e prevenir complicações de saúde materna e neonatal. Iniciativas de capacitação de profissionais também fazem parte das estratégias propostas.
Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que Angola está acima da média da África Subsariana, com 112 gestações em cada mil ocorrências em meninas entre 15 e 19 anos. Essa estatística reforça a urgência de ações coordenadas e medidas preventivas voltadas ao público juvenil para mitigar riscos e promover saúde reprodutiva. O governo e ONG locais podem colaborar em programas de educação e distribuição de insumos de planejamento familiar.
Especialistas ressaltam que o envolvimento de famílias, escolas e lideranças comunitárias é fundamental para reduzir a gravidez precoce. Investimentos em educação sexual de qualidade e em serviços de saúde reprodutiva ampliam a autonomia das jovens. Parcerias com organizações não governamentais fortalecem essas iniciativas e ampliam alcance comunitário. Programas de mentoria e apoio psicológico são eficazes na promoção do bem‐estar juvenil e na prevenção de gestações indesejadas.