Guilherme Galiano morre aos 64 anos
Por TopAngola ·

Resumo:
O jornalista Guilherme Galiano, pioneiro na rádio em Portugal e fundador da RDP África, faleceu em Lisboa aos 64 anos, vítima de doença prolongada.
Pontos-chave:
Em 15 de setembro de 2025, o jornalista Guilherme Galiano faleceu em Lisboa, Portugal, aos 64 anos, após enfrentar uma doença prolongada que o acompanhou nos últimos meses. Reconhecido internacionalmente, Galiano deixava uma carreira marcada pela paixão pela comunicação social e pela defesa da cultura africana em órgãos radiofónicos e televisivos portugueses. O seu legado incluiu programas inovadores e o fortalecimento de vozes angolanas na diáspora.
Nascido em 28 de setembro de 1960, em Benguela, Angola, Guilherme Narciso Velasco Galiano cresceu no Lobito e em Luanda. Ainda jovem, demonstrou interesse pelas artes e pela música local, o que o levou a adoptar apelidos como "Kabango" e "Tio Gali" durante os primeiros anos de rádio, estabelecendo ligação profunda com culturas angolanas tradicionais e contemporâneas. Essa alcunha refletia o seu papel de mentor e promotor cultural.
Em dezembro de 1981, Galiano mudou-se para Portugal, onde cultivou larga experiência em rádios como RUT (Universitária do Tejo), Rádio Comercial e Clube Português, entre 1986 e 1994. Foi também cofundador do projecto Canal África, que evoluiu para a RDP África, exercendo papéis de produtor e apresentador em programas emblemáticos como Kandandu. Nessas emissões, destacou-se pela curadoria musical e pela promoção de artistas lusófonos, consolidando reputação de referência na diáspora.
Em 2009, regressou a Angola para assumir o cargo de diretor de programas da TV Zimbo, primeira televisão privada do país. Posteriormente, foi diretor de informação e, até agosto de 2020, presidente do Conselho de Administração, liderando projetos especiais e reforçando a cobertura jornalística nacional, com foco em novidade e credibilidade. Sob sua gestão, consolidou equipas e implementou iniciativas de formação para jovens repórteres, fortalecendo o sector em contexto local.
A morte de Galiano mereceu homenagem de entidades como o MINTTICS, o Governo Provincial de Luanda, o Sindicato dos Jornalistas e a União dos Jornalistas Angolanos. Para muitos colegas, ele foi um mestre que inspirou gerações, deixando um legado de profissionalismo, paixão pela cultura e compromisso com a comunicação responsável em Angola e além-fronteiras. Os seus programas continuam a servir de referência e a influenciar novos talentos em Angola.