Mais de 40 moto-taxistas assassinados no Bié
Por TopAngola ·

Resumo:
Bié: 43 moto-taxistas desaparecidos entre janeiro e julho foram encontrados mortos, indicando crime organizado para roubo de motorizadas.
Pontos-chave:
Entre janeiro e julho de 2025, a província do Bié registrou o desaparecimento de 43 moto-taxistas, conforme relatos de familiares preocupados com a demora das autoridades. As vítimas atuavam em diversos municípios, prestando serviços de transporte individual em motorizadas. As buscas iniciais envolveram patrulhas da polícia local, mas não obtiveram êxito em localizar os ocupantes dos veículos ou identificar pistas sobre seu paradeiro.
As equipes de investigação do Serviço de Investigação Criminal do Bié iniciaram perícias nas áreas rurais e urbanas dos nove municípios da província, buscando vestígios ou testemunhos que pudessem explicar o desaparecimento em massa. O trabalho de campo contou com recolha de depoimentos, análise de registros de comunicação e patrulhamento de rotas conhecidas, mas encontrou resistência em comunidades afetadas pelo medo e suspeitas acerca dos agressores.
As autoridades informaram que as vítimas foram encontradas sem vida, muitas em avançado estado de decomposição, indicando que permaneceram sem assistência por longo período. Os corpos apresentavam sinais de violência, amputações e depósitos clandestinos em áreas remotas, o que dificultou a identificação imediata. A necropsia e exames complementares visam estabelecer causa exata do óbito, além de tentar determinar o intervalo pós-morte e traçar perfil dos responsáveis.
O porta-voz Carlos de Oliveira, representando o Serviço de Investigação Criminal, declarou que os assassinatos são arquitetados com o objetivo de roubar e comercializar motorizadas. Segundo Oliveira, as quadrilhas atuam em sete dos nove municípios, aproveitando rotas pouco fiscalizadas e vulnerabilidade dos condutores. A polícia intensificou operações conjuntas, mas enfrentou falta de recursos, logística precária e ameaças constantes contra agentes e testemunhas locais.
A ação criminosa, segundo as investigações, visa exclusivamente o furto de motorizadas, que são vendidas em mercados clandestinos ou desmontadas para vender peças. Autoridades reforçam alerta a moto-taxistas, recomendando registro de rotas, grupos de patrulha e comunicação imediata em caso de contato suspeito. ONG locais oferecem apoio jurídico e psicológico às famílias, enquanto governo anuncia reforço de segurança nas estradas e bloqueios em pontos estratégicos.