Bijagós elevadas a Património Natural
Por TopAngola ·

Resumo:
A UNESCO elevou as ilhas Bijagós da Guiné-Bissau a Património Mundial Natural, destacando a importância do arquipélago para a biodiversidade.
Pontos-chave:
Em 14 de julho de 2025, o Comité do Património Mundial da UNESCO aprovou a inclusão do arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau, na lista de Património Mundial Natural. O processo contou com o apoio do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP), que liderou iniciativas de preservação ambiental e de integração das comunidades locais nas práticas de conservação do ecossistema insular.
O arquipélago dos Bijagós é composto por 88 ilhas e ilhéus, das quais 21 são habitadas, distribuídas entre zonas insulares e áreas do território continental. Reconhecido como Reserva da Biosfera da UNESCO em 1996 e revalidado em 2001, o conjunto apresenta rica diversidade biológica, com mangais, praias e diques, além de manter vivas tradições culturais únicas que reforçam o valor patrimonial.
O ministro do Ambiente, Viriato Cassamá, manifestou-se eufórico, sublinhando que a distinção abre perspetivas de investimento nacional e internacional. O Presidente Umaro Sissoco Embaló qualificou o facto como histórico, destacando o reconhecimento da Guiné-Bissau na proteção ambiental. O Governo agradeceu a colaboração de parceiros nacionais e internacionais que contribuíram para o processo, reforçando o compromisso com conservação e participação comunitária, e desenvolvimento sustentável.
A classificação implica responsabilidades acrescidas para o IBAP e o Governo, que devem implementar planos de gestão e monitorização do território. Em 2023, foi elaborado um plano de gestão integrado para a Reserva da Biosfera de Bolama-Bijagós, visando conciliar proteção ambiental, uso sustentável de recursos e envolvimento das comunidades tradicionais, valorizando práticas ancestrais e promovendo mecanismos de turismo de natureza de baixo impacto.
O arquipélago alberga espécies emblemáticas como tartarugas-marinhas, hipopótamos marinhos e centenas de milhares de aves migratórias, destacando-se pelos habitats costeiros e marinhos de elevadíssima relevância ecológica. A inclusão nos sítios de Património Mundial reforça a conservação de mangais e estuários, garantindo corredores migratórios e áreas de nidificação fundamentais para a fauna, ao mesmo tempo que impulsiona estudos científicos e projetos de educação ambiental.