Segunda-feira, Agosto 18
Resumo

BES Angola: Salgado e Sobrinho em julgamento

Por TopAngola ·

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BES Angola: Salgado e Sobrinho em julgamento

Resumo: 

Ricardo Salgado e Álvaro Sobrinho enfrentam julgamento no Tribunal Criminal de Lisboa por alegado desvio de 5 mil milhões de euros do BES Angola.

Pontos-chave:

  • Em 5 de maio de 2025, o Tribunal Criminal de Lisboa abriu o julgamento do colapso do BES Angola. Sentam-se no banco dos réus o ex-banqueiro Ricardo Salgado, 80, e o antigo presidente do BESA Álvaro Sobrinho, 62, ao lado de Amílcar Morais Pires, Rui Silveira e Helder Bataglia, envolvendo um escândalo financeiro que, há quase uma década, abalou profundamente Portugal e Angola.

  • Segundo o Ministério Público, entre 2007 e 2012 os arguidos terão desviado mais de 5 mil milhões de euros e 210 milhões de dólares através de linhas de crédito de Mercado Monetário Interbancário e descobertos bancários. Sobrinho responde por 18 crimes de abuso de confiança e 5 de branqueamento; Salgado, por 5 de abuso de confiança e 1 de burla qualificada, todos negados pela defesa.

  • No arranque, Salgado foi dispensado por sofrer de Alzheimer, enquanto Sobrinho faltou alegando visto de curta duração. O coletivo de juízes rejeitou o pedido de acompanhamento por videoconferência e multou-o em 204 euros, classificando a ausência como injustificada. Bataglia, residente em Angola, será julgado à revelia. Apenas Morais Pires e Silveira compareceram fisicamente à primeira sessão, enquanto a defesa protesta falta de condições dadas por Portugal.

  • O processo nasce do colapso do Banco Espírito Santo em 2014; o BESA foi liquidado em outubro do mesmo ano. Uma década depois, o tribunal agendou 45 sessões até dezembro para ouvir testemunhas e peritos. A acusação de julho de 2022 foi apelidada por Sobrinho de “repleta de imprecisões jurídicas”. O veredito poderá redefinir responsabilidades pela maior falência bancária da história recente lusófona.

  • Analistas observam que a condenação poderia abrir caminho a ações civis contra ex-gestores e recuperar parte dos ativos perdidos. Advogados admitem que o julgamento, já rotulado de “caso do século” da banca portuguesa, pode estender-se além de 2025 se surgirem novos incidentes. Entretanto, investidores e antigos depositantes aguardam – alguns há mais de 10 anos – por respostas e eventual indemnização.

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