Jumbo fecha para reestruturação em Angola
Por TopAngola ·

Resumo:
Hipermercado Jumbo encerra temporariamente em Angola; accionistas citam dificuldades financeiras e prometem regressar com formato mais moderno e ágil.
Pontos-chave:
Em 7 de Maio de 2025, a Comissão Executiva da Jumbo – Sociedade Angolana de Distribuição, S.A. anunciou “o encerramento temporário das actividades comerciais”. A decisão foi aprovada pelos accionistas depois de análises internas que concluíram que o modelo actual já não era viável, combinando factores estruturais e conjunturais que corroeram a rentabilidade do hipermercado mais antigo de Angola, desde 1973.
Problemas de falta de liquidez, prateleiras vazias, quebra de fluxo de clientes e custos operacionais crescentes vêm sendo relatados há anos. Fundado em 1973, o Jumbo emprega 300 trabalhadores, dos quais 150 actuam na loja de Luanda. A deterioração das vendas tornou-se insustentável nos últimos trimestres, levando a sucessivas reuniões internas que culminaram na decisão agora tornada pública esta semana.
A medida implica a rescisão colectiva dos contratos de trabalho, processo que abrangerá a totalidade do quadro. A comissão assegura o “estrito cumprimento do regime legal do despedimento colectivo, nos termos da Lei Geral do Trabalho”. Cada colaborador será informado individualmente sobre indemnizações, prazos e recolocação. Sindicatos acompanham o processo para garantir transparência e respeito pelos direitos laborais durante todas as etapas.
A administração insiste que “esta não é uma despedida, mas um ponto de viragem”. O plano de reestruturação prevê modernizar infra-estruturas, optimizar a cadeia de abastecimento e introduzir um formato de loja mais compacto, digital e competitivo. Quando as metas operacionais e financeiras forem cumpridas, a marca deverá regressar ao mercado, prometendo serviço centrado na excelência do consumidor angolano demandante.
Analistas ligam o fecho à crescente concorrência no retalho alimentar e à pressão cambial que encarece importações. Entre os principais accionistas está a GEFI, conglomerado ligado ao MPLA, o que gera debate político sobre estratégias de investimento do partido. Especialistas alertam que o caso Jumbo pode sinalizar desafios estruturais do sector de distribuição em Angola e antecipar novas consolidações no mercado.