Angola cria 1.º laboratório de plantas medicinais
Por TopAngola ·

Resumo:
Angola vai inaugurar em Luanda o primeiro Laboratório de Farmacognosia, para estudar 5.000 plantas e produzir medicamentos, anunciou Esperança da Costa.
Pontos-chave:
Em 23 de maio de 2025, a Vice-Presidente Esperança da Costa visitou o Parque de Ciência e Tecnologia de Luanda e confirmou que ali será erguido o primeiro Laboratório de Farmacognosia do país, dedicado ao estudo científico de plantas medicinais. A inspeção incluiu as Faculdades de Medicina, Economia e Ciências Naturais da UAN, que integrarão o projecto.
A governante lembrou que a pandemia de Covid-19 expôs vulnerabilidades — falta de vacinas, fármacos e cadeias logísticas — agravadas por novas restrições da OMS. O laboratório pretende reduzir essa dependência externa, convertendo o vasto conhecimento etnobotânico angolano em soluções terapêuticas validadas, com controlo de qualidade e posologia definidas.
Angola possui mais de 5 000 espécies autóctones catalogadas. Com equipamento de ponta, a equipa de Manuela Pedro passará da simples inventariação para ensaios de eficácia, toxicidade e dosagem. Espécies como capungu-pungu e folhas de moringa, usadas contra paludismo e infecções urinárias, serão avaliadas para identificar princípios activos e padronizar extractos.
Esperança da Costa sublinhou que “90 % dos fármacos mundiais têm base vegetal”. Ao extrair compostos localmente, o projecto deve catalisar uma cadeia industrial que gere medicamentos feitos em Angola, valorize a biodiversidade e crie empregos qualificados. O Centro de Botânica da UAN coordenará parcerias com empresas e agências internacionais.
A Lei das Investigações Biomédicas já em vigor e o futuro Hospital Universitário, previsto para funcionar até início de 2026, darão suporte regulatório e clínico aos ensaios. A meta oficial é ter o laboratório plenamente operativo “nos próximos tempos”, tornando-se referência regional em pesquisa fito-farmacêutica e inovação académica.