Banca angolana lucra 822 mil milhões em 2024
Resumo:
A banca angolana registou em 2024 lucros líquidos de 822 mil milhões de kwanzas, crescendo 59% graças às margens financeiras e aos ganhos cambiais.
Pontos-chave:
Em 2024, os resultados líquidos da banca angolana atingiram 822 mil milhões de kwanzas, representando um crescimento de 59% em comparação com o ano anterior, segundo o estudo 'Banca em Análise 2025' da Deloitte. Estes dados refletem a performance agregada de mais de 20 instituições, sublinhando a importância do Banco Económico no resultado global do setor. O desempenho foi sustentado por margens financeiras robustas e resultados cambiais significativos.
As margens financeiras do setor cresceram 25%, totalizando cerca de 1,3 biliões de kwanzas, enquanto os resultados cambiais aumentaram 65%, atingindo 327 mil milhões de kwanzas. Os rendimentos de serviços e comissões registaram uma subida de 41%, fixando-se em aproximadamente 390 mil milhões de kwanzas, evidenciando diversificação de receitas no sistema bancário angolano. Este desempenho ressalta a resiliência e adaptação das instituições perante volatilidades económicas e cambiais.
Sem a inclusão do Banco Económico, o setor teria registado um crescimento marginal de apenas 1,2% nos resultados líquidos, devido aos prejuízos elevados do banco em 2023, que passaram de 297 mil milhões de kwanzas para um prejuízo de 3 mil milhões em 2024. A sigla sistémica está sujeita a um Plano de Recapitalização e Reestruturação aprovado pelo BNA. O processo visa reforçar os fundos próprios regulamentares.
Os principais agregados do setor também cresceram: os ativos bancários expandiram-se em 3,3%, atingindo novos patamares em 2024, enquanto os depósitos de clientes subiram 1,8%, refletindo confiança moderada dos depositantes. O crédito a clientes ganhou dois pontos percentuais na estrutura global de ativos, evidenciando leve dinamismo no financiamento interno. Além disso, os balcões aumentaram 2% para 1.454, os agentes bancários cresceram 641% e os agentes de pagamentos 203%.
O rácio de fundos próprios regulamentares caiu 5,3 pontos percentuais, fixando-se em 20,72%, ainda significativamente acima do mínimo exigido, o que demonstra a solidez, solvabilidade e estabilidade do sistema financeiro angolano, apesar dos desafios económicos e das exigências de reforço de capital apontadas no relatório da Deloitte. O estudo alerta para necessidades de capital adicionais de 698.447 milhões de kwanzas, evidenciando a urgência na recapitalização de instituições sistémicas.
