MAG quer desminar Corredor do Lobito
Por TopAngola ·

Resumo:
ONG britânica MAG quer incluir desminagem no Corredor do Lobito; director vai a Luanda, na próxima semana, para acertar detalhes.
Pontos-chave:
Em 8 de maio de 2025, em Londres, o embaixador angolano José Patrício recebeu o director-geral da ONG britânica MAG, Darren Cormack. Durante a audiência, Cormack anunciou o interesse de integrar as suas operações de desminagem no ambicioso projecto do Corredor do Lobito, iniciativa logística que o Governo aposta para dinamizar comércio, turismo e agricultura no centro e sul de África.
Fundada em 1989, a MAG já removeu mais de 11 milhões de minas em 70 países. Em Angola atua nas províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico, empregando cerca de 270 técnicos angolanos e operando com esquadrões cinotécnicos e maquinaria pesada. O alargamento ao corredor exigirá novos mapas de risco, treinamento comunitário e financiamento adicional de parceiros multilaterais internacionais estratégicos.
O Corredor do Lobito combina Porto do Lobito, linha férrea de Benguela e estradas regionais, conectando Angola à RDC e Zâmbia num eixo de 1 300 km. Relatórios oficiais indicam cerca de sete km² ainda contaminados por minas e UXO ao longo do traçado. Sem limpeza completa, a circulação de comboios de carga e a expansão agrícola permanecem restringidas, encarecendo fretes e atrasando investimentos.
Cormack viajará a Luanda na próxima semana para reuniões com o Ministério dos Transportes, a Agência Nacional de Acção Contra Minas, concessionários ferroviários e potenciais financiadores. O plano preliminar prevê início dos levantamentos em junho, mobilização de brigadas em agosto e conclusão da primeira fase até 2027. “Segurança primeiro, depois o desenvolvimento”, enfatizou o executivo britânico em nota à imprensa.
A embaixada angolana sublinhou que a desminagem poderá reduzir em 75 % os acidentes nas comunidades vizinhas, libertar 20 mil hectares agrícolas e baixar custos logísticos em até 30 %. Patrício resumiu o objectivo: “Queremos transformar o Corredor do Lobito num símbolo de segurança e progresso regional”. O acordo final depende de garantias orçamentais e de licenciamento ambiental adequado internacional prévio rigoroso.