Protestos por combustível sofrem repressão
Por TopAngola ·

Resumo:
Manifestantes que protestavam contra o aumento dos preços do combustível e do táxi enfrentaram gás lacrimogéneo e força policial em Luanda.
Pontos-chave:
Em 12 de julho de 2025, milhares de jovens saíram às ruas de Luanda para protestar contra a alta dos preços do gasóleo e das corridas de táxi, medida adotada pelo Instituto Regulador dos Derivados. A mobilização começou no bairro São Paulo, com ponto de encontro no Largo Primeiro de Maio, atraindo participantes de diversas regiões da capital. Organizadores destacaram a união de várias gerações na defesa dos direitos constitucionais.
Desde o início do itinerário, a Polícia de Intervenção Rápida (PIR) reforçou seu efetivo em pontos estratégicos, especialmente na zona do Alameda. Manifestantes relataram momentos de tensão com uso de gás lacrimogéneo para dispersão de pequenos ajuntamentos e deram conta de disparos que teriam ferido várias pessoas. Até agora, fontes indicam ferimentos leves e registro de prisões, além de denúncias de força desproporcional.
Em entrevistas à Rádio Correio Kianda, o politólogo Crisóstomo Chipilica ressaltou que, segundo a Constituição, as manifestações são direito garantido e não devem ser tratadas como atos de instabilidade pelo governo. Por outro lado, reforçou que a Polícia Nacional pode agir coercitivamente em casos que ameacem a segurança pública, mas enfatizou a importância de manter o civismo e evitar vandalismos.
Grupos de manifestantes e organizações civis acusaram a polícia de repressão excessiva e denunciaram detenções arbitrárias. A ativista Laura Macedo lamentou as táticas policiais e afirmou que o uso de força foi injustificável diante de uma marcha pacífica. O deputado Jeremias Mahula, atingido por gás lacrimogéneo, reafirmou seu compromisso com futuros protestos visando defender os interesses dos cidadãos perante o Legislativo.
A cantora Noite e Dia utilizou suas redes sociais para fazer um apelo direto ao governo: 'escutem o clamor do nosso povo', enfatizando que os salários não acompanham o aumento do custo do combustível e do táxi. O episódio reforça a convergência entre movimentos culturais e sociais, indicando possível intensificação das manifestações enquanto perdurar o descontentamento com as políticas de preços.
4 Fontes
“Autoridades governamentais não podem encarar as manifestações como actos de instabilidade”, defende politólogo
“As autoridades governamentais não podem encarar as manifestações como actos de instabilidade” defende Politólogo
Manifestantes acusam PN de reprimir marcha pacífica com disparos de gás lacrimogénio
“Por favor, escutem o clamor do nosso povo”, apela Noite e Dia após manifestação contra a subida do preço do gasóleo