Angola leva mensagem a Abiy sobre laços bilaterais
Por TopAngola ·

Resumo:
Ministro angolano Téte António entregou ao primeiro-ministro etíope uma carta de João Lourenço visando aprofundar cooperação e segurança regionais.
Pontos-chave:
Em 1.º de maio de 2025, o ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, entregou em Addis Abeba uma carta selada do Presidente João Lourenço, também líder em exercício da União Africana, ao primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed Ali. O teor não foi divulgado, mas o gesto aconteceu logo pela manhã no palácio do Governo, encerrando uma curta visita de trabalho.
Fontes do MIREX indicam que a missiva aborda o reforço das relações Angola–Etiópia, com foco em paz e segurança, comércio, transporte aéreo e ensino superior. Nos últimos três anos ambos os países assinaram cinco memorandos de cooperação e partilham posições comuns em fóruns multilaterais como a União Africana e as Nações Unidas, onde apoiam a reforma do Conselho de Segurança.
O ministério sublinhou que “as trocas de mensagens refletem a amizade e solidariedade” entre os povos, numa alusão a contactos regulares que ocorreram mesmo durante a pandemia. Desde 2022 Lourenço e Abiy trocaram mais de dez cartas e mantiveram duas conversas telefónicas, sinal de diálogo contínuo num momento em que a Etiópia busca reconstrução pós-conflito enquanto Angola facilita mediações regionais.
Analistas lembram que a Etiópia acolhe a sede da União Africana e vê em Angola um aliado para promover multilateralismo pragmático. Ao mesmo tempo Lourenço usa a sua posição de “Campeão da Paz” da UA para impulsionar cessar-fogo no Sudão e diálogo na RDC. A carta enviada a Abiy serve de peça no quebra-cabeças diplomático continental, reforçando essa agenda comum.
Após a audiência, Téte António partiu para Nova Deli, onde integrará a comitiva presidencial angolana numa visita de Estado que começa dia 3 de maio. A passagem pela Índia deverá produzir acordos em energia, defesa e tecnologias digitais. O itinerário realça a estratégia de Luanda de “ligar pontes” entre África e Ásia enquanto diversifica parceiros além do tradicional eixo China-Europa-EUA.