Morre crítico cultural Ernesto Gouveia

Resumo:
Premiado jornalista cultural Ernesto Gouveia morreu em 30 de abril após AVC. Atuou no Novo Jornal, ZAP News e dirigia comunicação de Luanda.
Pontos-chave:
Em 30 de abril de 2025, por volta das 19h45, o jornalista cultural Ernesto Gouveia morreu no Hospital Geral de Luanda, após complicações de saúde associadas a um suspeito Acidente Vascular Cerebral (AVC). A notícia foi confirmada por colegas e meios como Jornal de Angola e Platina Line, com choque na comunidade mediática. O episódio clínico agravou-se horas antes, levando a equipa médica a intervir sem sucesso.
Gouveia destacou-se como repórter e crítico cultural desde o início dos anos 2000. Em 2013, recebeu o Prémio Nacional de Jornalismo, reconhecido pela abordagem rigorosa à cena artística angolana. Trabalhou no Novo Jornal, na Revista Vivo e noutras publicações independentes, onde aflorou temas de música, teatro e literatura, sempre prezando pela análise factual e boas fontes. Seu estilo combinava investigação minuciosa com linguagem clara, conquistando leitores e pares.
Além da imprensa escrita, foi comentador regular do programa televisivo ZAP News, onde analisava lançamentos discográficos e políticas culturais. Nessa função, exibiu capacidade de síntese e crítica ponderada, tornando-se voz de referência para o público jovem. Tele-espectadores recordam a frase “cultura é espelho da sociedade”, repetida em vários debates, que acabou virando sua assinatura intelectual. Sua presença ajudou a elevar o jornalismo cultural ao horário nobre, segundo colegas do setor.
Nos últimos anos, Gouveia chefiou o Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Governo da Província de Luanda, coordenando campanhas sobre património histórico e acesso a serviços públicos. Funcionários relatam que ele exigia dados verificáveis e linguagem inclusiva. Seu trabalho fortaleceu o diálogo entre governo e cidadãos, combinando redes sociais, rádio comunitária e encontros nos bairros. A metodologia ganhou elogios de organizações civis e inspirou províncias vizinhas.
A morte de Ernesto Gouveia gerou nota de pesar de sindicatos, ministério da Cultura e colegas que o descrevem como “voz ética e crítica”. Jornalistas planeiam homenagem no Sindicato dos Profissionais de Comunicação para 3 de maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Analistas lembram que sua carreira exemplifica a necessidade de investir em saúde preventiva e apoio psicológico aos repórteres.