Plataforma de 1 bi. impulsiona Corredor do Lobito
Por TopAngola ·
Resumo:
FSDEA e Haim Taib lançam plataforma de US$1 bi para investir em agricultura, infra-estruturas, saúde, educação e digital ao longo do Corredor do Lobito.
Pontos-chave:
Em 14 de maio de 2025, o Fundo Soberano de Angola (FSDEA) e o investidor israelita Haim Taib anunciaram a criação da Lobito Corridor Impact Development Platform (LCID), lançada com capital-alvo de US$ 1 bilhão e compromisso inicial de US$ 100 milhões repartidos em partes iguais. A apresentação decorreu em Luanda e destacou a ambição continental do projeto para o eixo Lobito-Copperbelt estratégico africano.
Segundo o FSDEA, a LCID investirá em agricultura, infra-estruturas, saúde, indústria ligeira, educação e inclusão digital ao longo do corredor ferroviário Lobito-Zâmbia-RDC. O objetivo é gerar valor económico, criar empregos qualificados e acelerar a integração regional, beneficiando potencialmente 40 milhões de pessoas. Projetos âncora em agro-indústria e conectividade digital estão já em fase de estudo preliminar.
Do porto do Lobito, no Atlântico, até ao Cinturão do Cobre, o corredor encurta rotas de exportação de minerais críticos para energias renováveis e semicondutores. Washington vê a linha como “nova artéria económica” africana, aumentando a resiliência das cadeias de abastecimento. Prevê-se futura ligação ao Índico, criando o primeiro eixo ferroviário transcontinental leste-oeste da África Austral, com 800 km já reabilitados.
O modelo de governança inclui um comité de investimento independente que avaliará propostas via concurso público, garantindo impacto, viabilidade técnica e retorno financeiro. Cada iniciativa será estruturada numa Sociedade de Propósito Específico (SPE), permitindo a participação de empresas locais e globais. Parceiros como o fundo de pensões zambiano NAPSA já colaboram na identificação de oportunidades ao longo dos 3 países envolvidos no corredor.
Haim Taib classificou a oportunidade como “única numa geração” e apelou a fundos soberanos, agentes privados e DFIs para juntarem capital, capacidades e credibilidade. O presidente do FSDEA, Armando Manuel, salientou que o corredor é “catalisador de desenvolvimento inclusivo”. A plataforma, sediada também em Washington, procura alavancar financiamento verde e digital alinhado com os ODS da ONU e multiplicar parcerias transatlânticas.
