Sábado, Agosto 16
Resumo

INAC: 400 queixas de violência contra crianças

Por TopAngola ·

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INAC: 400 queixas de violência contra crianças

Resumo: 

Relatório semanal do INAC contabiliza 397 denúncias de violência contra crianças em sete dias, com fuga à paternidade e agressão física no topo.

Pontos-chave:

  • Entre 28 de abril e 4 de maio de 2025, o Instituto Nacional da Criança (INAC) recebeu exactamente 397 denúncias de violência contra menores em todo o país, segundo o seu relatório semanal. O número, equivalente a quase 57 queixas por dia, é considerado inédito pelo organismo e supera médias de trimestres anteriores. Especialistas apontam para maior consciência pública e canais de denúncia digitais.

  • Das ocorrências, 93 referem-se a fuga à paternidade, 71 a agressão física, 43 a exploração laboral infantil, cinco a abuso sexual e duas a acusações de feitiçaria. Luanda lidera com 97 casos, seguida de Bengo e do município rural de Icolo e Bengo. Esses territórios concentram quase metade das denúncias registradas no período. Autoridades locais dizem que escassez de serviços sociais agrava a vulnerabilidade infantil.

  • Casos emblemáticos ilustram a gravidade: em Cacuaco, um homem queimou os braços do filho de nove anos porque o menino comeu a refeição do irmão; no Bengo, uma adolescente de 16 anos foi violentada por um adulto. Ambos os suspeitos foram encaminhados à Polícia Nacional, evidenciando crescente articulação entre o INAC e forças de segurança. Relatos foram compartilhados nas redes sociais, gerando forte indignação pública.

  • Em 2024, a fuga à paternidade já acumulava 8 064 queixas num universo de 18 555 alertas, confirmando a tendência. O sociólogo Agostinho Paulo alerta que a ausência de apoio paterno cria “transtornos no ambiente familiar” e pode incentivar práticas criminosas. Ele associa o fenómeno a desemprego, pobreza persistente e normas culturais que relegam a responsabilidade parental. Especialistas pedem políticas públicas focadas na parentalidade responsável.

  • O INAC reforçou a linha SOS-Criança 150 e anunciou inspeções coordenadas a escolas e oficinas onde há suspeita de trabalho infantil. A instituição promete publicar em junho um plano interministerial de proteção, envolvendo Saúde, Educação, Justiça e Telecomunicações. “A denúncia é anónima e gratuita”, sublinhou a porta-voz Rosa Pedro, apelando à comunidade para reportar qualquer indício de violência. Campanhas radiofónicas arrancam na próxima semana.

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