Governo de Madagáscar dissolvido após protestos
Por TopAngola ·

Resumo:
Rajoelina dissolveu o governo após protestos que resultaram em dezenas de mortes. A ação busca diminuir o descontentamento pela falta de água e energia.
Pontos-chave:
Em 30 de setembro de 2025, a capital Antananarivo foi palco de intensos protestos liderados por jovens contra a falta crônica de água e energia. O movimento, amplamente inspirado pelas manifestações no Quênia e no Nepal, mobilizou milhares de participantes que exigiam respostas imediatas do governo. As ruas foram tomadas por cartazes e palavras de ordem, sinalizando um descontentamento profundo com a gestão pública.
A reação policial foi marcada pela violência extrema, com uso de cassetetes e balas de borracha que resultaram em pelo menos 22 mortos e centenas de feridos. Organizações de direitos humanos, incluindo a ONU, condenaram as ações das forças de segurança, destacando detenções arbitrárias e relatos de abusos generalizados. A escalada de tensão acirrou ainda mais o clima de instabilidade na ilha.
Em resposta à pressão popular, o Presidente Andry Rajoelina anunciou a dissolução imediata do governo, prometendo reformas estruturais e a criação de um comitê de crise. Ele reconheceu o sofrimento da população e pediu desculpas pelos erros na gestão dos serviços essenciais. Rajoelina enfatizou a necessidade de diálogo e comprometeu-se a lançar um plano emergencial para restabelecer água e eletricidade.
Analistas apontam que a crise em Madagáscar reflete um padrão global de insatisfação juvenil diante da falta de oportunidades e serviços básicos. Casos similares no Quênia e no Nepal serviram de inspiração, mostrando a força das mobilizações conectadas pelas redes sociais. O evento desperta debates sobre governança, sustentabilidade e a urgência de políticas voltadas para a juventude. Especialistas recomendam investimentos urgentes em infraestrutura e participação cidadã.
O histórico de cortes prolongados de água e energia foi o catalisador imediato dos protestos, mas o fenômeno indica insatisfações mais profundas com a administração pública. A dissolução do governo marca um ponto de inflexão, porém os malgaxes aguardam a implementação de soluções efetivas. O sucesso das promessas depende de ações concretas e transparência, sob o olhar atento da comunidade internacional e da sociedade civil.