Conteúdo local ganha força na Refinaria de Cabinda
Por TopAngola ·

Resumo:
Refinaria de Cabinda reforça parcerias público-privadas e aumenta participação de empresas nacionais na produção e abastecimento de combustíveis.
Pontos-chave:
Em 4 de setembro de 2025, Angola inaugurou a nova Refinaria de Cabinda, resultado de parceria entre a Gemcorp (90%) e a Sonangol (10%). O projeto contou com investimento de 473 milhões de dólares e financiamento sindicado pela AFC, Afreximbank, IDC, BADEA e BFA. A unidade prevê processar até 60 mil barris diários, produzindo gasóleo, combustível de aviação, fuelóleo e nafta.
O vice-presidente da ASSEA, Paulo Maurício, destacou a necessidade de contratação de mais empresas locais para serviços na refinaria, salientando que o conteúdo local é a força motriz para a dinamização do setor petrolífero. Em entrevista à Forbes África Lusófona, ele apontou que atualmente apenas 2% da produção permanece no país, e defendeu ampliação de participação nacional para gerar empregos.
Segundo projeções governamentais, a refinaria diminuirá significativamente a dependência de importações de derivados, assegurando abastecimento nacional de gasóleo e combustível de aviação. Na segunda fase, prevista em curso, a capacidade de processamento aumentará para 60 mil barris por dia, reforçando a segurança energética e contribuindo para a resiliência da economia angolana frente a flutuações do mercado global de petróleo. O empreendimento prescinde de importação de nafta pesada em larga escala.
Analistas econômicos destacam que o projeto representa um marco histórico para o setor industrial angolano, potencializando a criação de postos de trabalho diretos e indiretos e atraindo investimentos em infraestrutura. Espera-se que o crescimento da indústria de refino estimule fornecedores locais e gere efeito multiplicador em cadeias de valor regionais, contribuindo para a diversificação econômica. O governo avalia que o modelo reforça o controle estatal sobre os derivados, garantindo soberania.
Durante cerimônia, o Presidente João Lourenço enfatizou que a Refinaria de Cabinda é etapa inicial e que as unidades do Soyo e de Lobito são cruciais para alcançar a autossuficiência nacional em produtos refinados. Ele garantiu apoio para superar entraves no Soyo, enquanto a unidade do Lobito, com projeto antigo, retoma obras visando completar o ciclo de refino em Angola.