Sahel: Abordagem Global ao Terrorismo
Por TopAngola ·

Resumo:
O ministro angolano Téte António argumenta que a resposta ao terrorismo no Sahel não pode ser apenas militar. Defende uma estratégia global com segurança integrada, investimento em educação, apoio à juventude, diálogo social e cooperação regional para restaurar a estabilidade.
Pontos-chave:
Em 30 de setembro de 2025, o ministro das Relações Exteriores de Angola, Téte António, participou da 1304ª Reunião do Conselho de Paz e Segurança da União Africana. Realizada de forma virtual, a reunião abordou a situação na região do Sahel, marcada por instabilidade política e desafios de segurança. António sublinhou a necessidade de uma visão estratégica que vá além do uso exclusivo de força militar.
Segundo António, a região vive uma crise multidimensional com terrorismo transfronteiriço, extremismo violento e insegurança crescente. Países como Mali, Burkina Faso e Níger enfrentam ataques frequentes, deslocamentos populacionais e deterioração de instituições. Ele enfatizou que a resposta deve incluir ações coordenadas de segurança, reforço das capacidades locais e fortalecimento de estruturas de governança para garantir estabilidade a longo prazo, com apoio internacional e regional.
Essa abordagem global deve integrar investimentos massivos na educação e no desenvolvimento juvenil, conforme sugerido por António. A capacitação de professores, programas de formação técnica e oportunidades de emprego para jovens são vitais. Além disso, propõe-se um diálogo comunitário reforçado, envolvendo mulheres, líderes locais e organizações da sociedade civil, para criar confiança e mecanismos participativos que sustentem o retorno à ordem constitucional.
O diplomata angolano defende ainda a cooperação regional em defesa, com apoio técnico e financeiro às administrações locais para fortalecer serviços públicos. Ele realça os princípios de solidariedade e não indiferença, fundamentais para a estabilidade. A atuação conjunta de Estados africanos, sob o mandato da UA, deve promover missões de bons ofícios, monitoramento político e assistência humanitária nas áreas impactadas.
Desde março de 2025, o presidente da República de Angola e da União Africana, João Lourenço, tem atuado como Campeão da Paz e Reconciliação em África. Foi mandatada uma missão de bons ofícios ao Sahel para avaliar in loco a situação política e de segurança. As conclusões desta iniciativa deverão orientar políticas coordenadas e compromissos claros para restaurar a ordem constitucional na sub-região.