Ex-diretor da Delta ouve no Tribunal Supremo
Por TopAngola ·

Resumo:
O Supremo ouve Paulo Cascão, ex-diretor da Delta, por videoconferência no processo contra os generais 'Kopelipa' e 'Dino' para investigar peculato.
Pontos-chave:
Em 18 de agosto de 2025, o Supremo de Angola retoma o julgamento dos generais 'Kopelipa' e 'Dino', conduzindo audiência por videoconferência com Paulo Manuel Rodrigues Cascão, ex-diretor da Delta Imobiliária em Lisboa. Apesar de ter prestado declarações à Polícia Judiciária Portuguesa, o tribunal optou por novo interrogatório para aprofundar o suposto esquema financeiro que teria desviado milhões do erário público.
O processo imputa aos generais e demais arguidos crimes como peculato, burla por defraudação, falsificação de documentos, associação criminosa, abuso de poder, branqueamento de capitais e tráfico de influências. O Ministério Público recolheu provas durante a instrução preparatória, mas, motivado por recursos da defesa, o Supremo decidiu desconsiderar parte das declarações iniciais e priorizar o depoimento em tribunal para fortalecer o acervo probatório.
Além dos generais, constam no processo o empresário chinês Yiu Haiming e as firmas China International Found (CIF), Plansmart International Limited e Utter Right International Limited. A acusação indica que contratos simulados, orientados por Manuel Vicente, ocultaram a origem e o valor de recursos públicos desviados. A defesa argumenta falta de provas documentais e questiona a legalidade da produção de provas obtidas no exterior.
Segundo o comunicado do Supremo, a sessão está agendada para o período da manhã na sala de audiências daquela instância suprema de jurisdição comum. O presidente do painel assinalou que todos os meios técnicos necessários foram instalados para garantir a qualidade do áudio e vídeo durante o depoimento remoto, permitindo o acompanhamento simultâneo de peritos, advogados de defesa e Ministério Público.
Concluída a oitiva de Cascão, o julgamento entrará na fase final, em que Ministério Público e defesa apresentarão alegações finais e últimas estratégias antes do acórdão. Analistas jurídicos consideram que o desfecho desta etapa poderá influenciar decisões futuras sobre processos de combate à corrupção em Angola, reforçando debates sobre transparência institucional. Organizações civis acompanham o caso, exigindo precedentes sólidos contra práticas ilícitas no setor público.