UNITA exige responsabilização da polícia em Luanda
Por TopAngola ·

Resumo:
A UNITA condena a repressão policial em Luanda contra a subida dos combustíveis e pede punição dos agentes responsáveis conforme a Constituição.
Pontos-chave:
Em 12 de julho de 2025, em Luanda, centenas de cidadãos e deputados da UNITA reuniram-se no Largo do Mercado de São Paulo para manifestar-se pacificamente contra o recente aumento dos preços do gasóleo, dos transportes públicos e das propinas, sob o lema “O teu silêncio mata mais do que a malária”, enfatizando a crise económica e social que afeta amplos setores da população.
Durante a marcha, a Polícia de Intervenção Rápida utilizou gás lacrimogéneo, disparos de aviso para o ar e barreiras físicas para dispersar o público, provocando pânico, desmaios e ferimentos em dezenas de manifestantes, entre eles o deputado Jeremias Mahula, que foi alvo de agressões diretas mesmo estando identificado como parlamentar no exercício de suas funções. A ação foi considerada violação da Constituição e um claro abuso de força policial.
Em comunicado, a UNITA repudiou a violência e exigiu responsabilização dos agentes envolvidos, bem como reparação dos danos físicos, morais e materiais sofridos pelos manifestantes e deputados, reforçando o compromisso do partido com o Estado de Direito. O texto salientou que os deputados estavam devidamente identificados e em pleno exercício de seus mandatos, pedindo instauração de inquérito independente e sanções legais aos responsáveis.
Carolina Cerqueira, presidente da Assembleia Nacional, manifestou preocupação e anunciou aguardar informações formais sobre os incidentes e eventual obstrução à participação de deputados, reforçando a necessidade de diálogo institucional e cumprimento das garantias constitucionais de livre manifestação em Angola, assegurando ordem pública e respeito aos direitos civis. Ela lembrou que qualquer restrição indevida fere o Estado Democrático e compromete a confiança dos cidadãos nas instituições.
As organizações civis planejam novos protestos e a UNITA reafirma solidariedade aos movimentos sociais, denunciando que o aumento do gasóleo de 300 para 400 kwanzas por litro e a disparada dos custos de transporte penalizam famílias vulneráveis e aprofundam as desigualdades económicas no país. A iniciativa conta com participação de estudantes, taxistas, vendedores informais e ativistas, refletindo insatisfação crescente com a gestão económica do regime.