UNITA convoca protestos contra 'Manico'
Por TopAngola ·

Resumo:
UNITA rejeita a recondução de “Manico” na CNE; após perder no Constitucional, convoca protestos nacionais e acusa o órgão de servir o MPLA.
Pontos-chave:
Em 21 de abril de 2025, Manuel Pereira da Silva, conhecido como "Manico", voltou a jurar como presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE). A cerimónia, realizada na Assembleia Nacional, reacendeu suspeitas de fraude porque ele dirigiu as controversas eleições de 2022. Para UNITA, o novo ciclo eleitoral começou "inquinado" e confirma que a CNE carece de independência, segundo o partido, e ameaça a confiança popular.
A deputada Mihaela Webba acusa o Conselho Superior da Magistratura de ter "fabricado" regras, como exigir 40 % de experiência eleitoral, para favorecer Manico. Ela afirma: "Não queremos alguém que desvirtue a lei". Para a UNITA, a recondução mostra que a CNE é "extensão do MPLA" e a desconfiança compromete a legitimidade das presidenciais de 2027. Caso não hajam reformas profundas.
O líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, chamou a posse de Manico de "traição à esperança do povo" numa publicação no Facebook. Em conferência, Liberty Chiyaka instou "todos os patriotas" a defender a soberania diante da "violação sistemática das leis". Ambos afirmam que Angola é maior que os seus obstáculos e que em 2027 haverá alternância, se houver mobilização massiva.
Antes da cerimónia, a UNITA apresentou uma providência cautelar ao Tribunal Constitucional para suspender a posse; o pedido foi indeferido. Há ainda dois recursos que contestam a escolha, inclusive do segundo candidato. O partido argumenta que a Assembleia Nacional violou a Constituição ao dar posse enquanto esses litígios correm, deixando o processo "contaminado" desde a origem e reforçando a imagem de parcialidade da CNE.
Sem confiança na via judicial, o partido prepara manifestações non stop em todas as províncias, invocando o direito constitucional de protesto pacífico. Chiyaka garante que não desistirão "do que os cidadãos pedem" e atribui qualquer vandalismo a infiltrados do regime. O objetivo é manter pressão por uma reforma da CNE e sustentar a mobilização até às eleições de 2027 nos próximos meses.