Zelensky recusa trégua de 3 dias, pede 30
Por TopAngola ·
Resumo:
Putin propõe trégua de 72 h (8-10 maio); Zelensky rejeita e exige 30 dias de silêncio já, chamando manobra. EUA dão prazo final por sinais de paz.
Pontos-chave:
Em 29 de abril de 2025, o Kremlin anunciou um cessar-fogo de 72 horas entre 8 e 10 de maio para coincidir com o desfile do Dia da Vitória em Moscou. Putin disse tratar-se de um gesto humanitário e "passo para negociações sem pré-condições", mas avisou que qualquer violação teria "resposta adequada e eficaz" das forças russas caso necessário.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky rejeitou o plano, chamando-o de "nova tentativa de manipulação" destinada a garantir silêncio para o desfile russo. Em vez disso, propôs um cessar-fogo completo de 30 dias imediato, sem condições, para "dar lugar à verdadeira diplomacia" e questionou por que Putin precisa esperar até 8 de maio se deseja mesmo parar os combates.
Washington voltou a intervir: o senador Marco Rubio disse que os Estados Unidos esperam sinais concretos de paz esta semana ou se retirarão das negociações, pois "há outras prioridades, talvez até mais importantes". O presidente Donald Trump, irritado com a recente onda de drones sobre Kiev, pediu a Putin que "pare com estes ataques desnecessários" e reuniu-se com Zelensky no funeral do Papa.
O chanceler russo Sergei Lavrov afirmou à CBS e ao O Globo que Moscou "está aberta para negociar", mas frisou que "a bola está do lado ucraniano" porque um decreto de 2022 assinado por Zelensky proíbe qualquer diálogo com o Kremlin. Segundo Lavrov, sem revogar esse documento, qualquer acordo seria considerado ilegítimo e poderia ser anulado a qualquer momento.
Analistas observam que Zelensky hesita em revogar o decreto por temer negociações paralelas entre Moscou e figuras políticas rivais, num momento em que sondagens ocidentais mostram queda de popularidade em Kiev. Enquanto isso, líderes russos, como Vyacheslav Volodin, tentam separar a postura do presidente ucraniano da vontade "do povo", dizendo crer que civis apoiarão a trégua de três dias.
