Intermediários dominam o mercado e dificultam acesso à habitação em Luanda

Arrendar uma casa em Luanda tem-se tornado, para muitos cidadãos, um verdadeiro desafio, marcado por intermediários informais que operam sem regulamentação e impõem comissões acima do permitido por lei.
Embora seja permitido uma taxa máxima entre 5% a 6% do valor de arrendamento do imóvel, de comissão, há relatos frequentes de cobranças que chegam a quase 17% do valor, feitas directamente ao inquilino, muitas vezes sem qualquer transparência no processo.
Entre as práticas mais denunciadas, estão a cobrança de 2000 Kwanzas por visitas a imóveis já arrendados e a exigência de comissões equivalentes a um mês de renda. Estas situações estão a transformar o mercado de arrendamento num cenário de exploração e frustração, principalmente para os que buscam a primeira habitação.
A população pede por uma intervenção das autoridades, e defende uma fiscalização mais rigorosa do sector. O objectivo é travar abusos e garantir que os processos sejam conduzidos por pessoas sérias e idôneas, com ética e responsabilidade.
Enquanto isso, o sonho da casa própria ou mesmo de uma habitação digna para arrendar continua distante para muitas famílias, especialmente para os jovens, que enfrentam um mercado desregulado, oneroso e pouco acessível.