Luanda: Advogado é expulso, em pleno exercício de funções, das instalações do SIC, por falar ao telefone no quintal da instituição

Tudo aconteceu esta tarde, quando o advogado Mário Tavares, que exerce advocacia há mais de dez anos, se deslocou à secretaria da PGR junto do SIC-geral em trabalho, e recebeu um telefonema quando se encontrava no interior das instalações. Por saber que é proibido falar ao telefone no interior da instituição, o advogado dirigiu-se ao quintal para atender a chamada.
"Fui então abordado por um agente do SIC que me proibiu grosseiramente de continuar a falar ao telefone", conta, acrescentando que questionou as razões, visto estar fora das instalações, em obediência à norma interna, foi maltratado.
Ao Novo Jornal disse que, como advogado, sempre falou ao telefone nos quintais das unidades policiais e na sede do SIC.
"Eu estava no interior das instalações do SIC quando recebo um telefonema, mas como no interior há um aviso a proibir as pessoas de telefonar, saí e fui para o quintal atender. No quintal fui convidado a ir falar para a rua. Quando perguntei porquê e me identifiquei como advogado, fui escorraçado por mais de 10 agentes", contou o advogado, que acabou por ser expulso das instalações do SIC-geral, por ordem de um oficial em serviço de piquete.
O advogado disse que vai, nas próximas horas, apresentar uma queixa junto da Procuradoria-Geral da República e da Ordem dos Advogados de Angola, por ser maltratado e desrespeitado enquanto advogado.
Sobre o assunto, o Novo Jornal contactou uma fonte da direcção do SIC-geral, que admitiu excessos dos efectivos contra o advogado, assegurando de que não é proibido falar no quintal e prometendo dar mais detalhes oportunamente.