FMI revê em baixa previsão de crescimento do PIB e agrava inflação para Angola
Na base, está essencialmente a revisão em baixa do preço médio do barril de petróleo que poderá fixar-se nos 66,94 USD/barril, abaixo dos 69,76 USD/barril previsto pela instituição multilateral no início do ano, já que este preço está abaixo dos 70 USD por barril definido pelo Executivo no OGE2025, o que poderá pressionar a capacidade do Governo executar as políticas de gastos e acelerar a depreciação cambial.
As previsões do FMI são as mais péssimas quando comparado com outras instituições. O Banco Mundial, por exemplo, no seu relatório "Pulsar de África" aponta para um crescimento de 2,7%, enquanto o Standard Bank prevê uma taxa de 2,9%. Estas previsões metem o PIB a crescer novamente a um ritmo ligeiramente inferior ao crescimento da população (3,1% ao ano).
Já o Governo é mais optimista, aguarda um crescimento na ordem dos 3,8%, revisto em baixa face aos 4,1 projectados no OGE2025.
Quanto à inflação, o FMI aponta a taxa mais alta com 20,1% no final deste ano, enquanto o Banco Nacional de Angola (BNA) prejecta uma taxa de 17,5% e o Governo espera por uma taxa em volta dos 16,6%.
Economia mundial cresce 2,8%
FMI também reviu em baixa as suas previsões para o crescimento da economia mundial, para 2,8% este ano, face aos 3,3% que apontou em Janeiro. Para 2026, a instituição estima um crescimento de 3%, inferior aos 3,3% que também estimava em Janeiro.
"A rápida escalada das tensões comerciais e os níveis extremamente elevados de incerteza política deverão ter um impacto significativo na actividade económica mundial", justificou, justifica o Fundo.
Assi, o FMI projecta que o crescimento nas economias avançadas seja de 1,4% em 2025, estimando que "o crescimento nos Estados Unidos abrande para 1,8%", um valor 0,9 pontos percentuais inferior "ao projectado na actualização de janeiro, devido à maior incerteza política, às tensões comerciais e à menor dinâmica da procura". Já o crescimento na área do euro, de 0,8%, deverá abrandar 0,2 pontos percentuais, face ao estimado em janeiro.
Nos mercados emergentes e em desenvolvimento, o crescimento deverá "abrandar para 3,7% em 2025 e 3,9% em 2026, com descidas significativas para os países mais afectados pelas recentes medidas comerciais como a China", alertou.
