África unida contra tarifas dos EUA
Por TopAngola ·

Resumo:
Países africanos definem estratégias para responder às tarifas dos EUA, propondo acordos comerciais e reformas para diversificar exportações.
Pontos-chave:
Em 31 de julho de 2025, o Caucus Africano reuniu em Bangui ministros das Finanças e governadores de bancos centrais com representantes do FMI e do Banco Mundial. O encontro, que decorreu até 2 de agosto, teve como tema “Infra-estrutura resiliente, capital humano e riqueza verde” e visou reforçar a resiliência económica do continente face à escalada da guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos.
Diversas propostas foram debatidas para mitigar o impacto das tarifas norte-americanas, incluindo a aceleração da criação da Zona de Comércio Livre Continental Africana e a harmonização dos sistemas alfandegários transfronteiriços. Os participantes destacaram a urgência de reforçar a infraestrutura logística e digital e de implementar reformas corajosas que facilitem o fluxo de bens e a comunicação entre as autoridades aduaneiras dos países africanos.
Ao mesmo tempo, a África do Sul anunciou que não retaliaria as tarifas dos EUA, optando por favorecer exportações norte-americanas e propor acordos bilaterais em setores estratégicos. O ministro Parks Tau referiu-se à importação de gás natural liquefeito e à facilitação de produtos agrícolas, bem como ao compromisso de investimentos conjuntos em mineração, farmacêutica e máquinas agrícolas para fortalecer os laços económicos.
Paralelamente, foi revelado que Pretória prepara uma proposta comercial aprimorada de última hora para evitar a tarifa de 30% que entrará em vigor a 1 de agosto. Analistas alertam para o risco de 100 mil empregos perdidos nos setores agrícola e automotivo. As negociações envolveram encontros na embaixada em Washington e dialogaram sobre opções de mitigação e prazos ajustados. O setor de metais e veículos também esteve em destaque.
O FMI classificou os países africanos em dois grupos: aqueles com laços diretos sob a AGOA, expostos às tarifas, e os de relações indiretamente afetadas. Régis N’Sondo enfatizou que, mesmo quem não exporta sob acordos específicos, sente impactos se a guerra comercial prosseguir. O debate final valorizou a diversificação de mercados e a redução da dependência de matérias-primas como estratégia de mitigação.