Angola e Índia selam três acordos-chave
Por TopAngola ·

Resumo:
Angola e Índia firmam três acordos em agricultura, cultura e saúde na visita do Presidente João Lourenço a Nova Delhi, reforçando a cooperação.
Pontos-chave:
Em 2 de maio de 2025, em Nova Delhi, Angola e Índia assinaram três acordos de cooperação que cobrem agricultura, cultura e saúde. O Presidente angolano João Lourenço iniciou a sua primeira visita oficial ao país asiático, acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores, Teté António, que descreveu os pactos como “sementes de crescimento mútuo” e elogiou a partilha de conhecimento entre as duas nações.
O acordo agrícola foca-se em tecnologia de irrigação, sementes resistentes e mecanização para reduzir as importações alimentares de Angola. Está prevista a criação de centros de demonstração em Huambo e Malanje, financiados por linhas de crédito indianas. Técnicos indianos formarão agricultores angolanos em técnicas de conservação de solo, enquanto Luanda oferece acesso a 800 000 hectares de terras férteis para projectos-piloto conjuntos.
O memorando cultural prevê intercâmbios de artistas, bolsas para cinema e património e a introdução de aulas de língua portuguesa em Goa e concelhos indianos com forte comunidade lusófona. Angola, por sua vez, acolherá festivais anuais de cinema Bollywood em Luanda e Benguela. Funcionários dos dois ministérios elaborarão um calendário comum de eventos, apostando na diplomacia cultural como ponte entre as sociedades.
O protocolo de saúde abre portas para fornecimento de medicamentos genéricos indianos, formação de pessoal médico e instalação de um laboratório de vacinas em Viana. Teté António sublinhou que “cada dólar poupado em fármacos é um dólar investido em saneamento”. Prevê-se ainda telemedicina entre o Instituto Max Super Specialty de Delhi e hospitais do Huambo, reduzindo tempos de diagnóstico em zonas rurais.
Com estes instrumentos, o total de acordos Angola-Índia sobe para 16, enquanto outros 34 documentos continuam em negociação. É a primeira visita presidencial angolana ao país em 38 anos, sinal de novo alinhamento estratégico. O comércio bilateral, hoje perto de 4 mil milhões USD, deverá crescer 20 % até 2027, segundo estimativas conjuntas. “Queremos passar de compradores a parceiros”, destacou o chanceler angolano.