Angola busca participação minoritária na De Beers
Por TopAngola ·
Resumo:
Angola propõe participação minoritária na De Beers com consórcio pan-africano sem controlo majoritário, para garantir independência e competitividade.
Pontos-chave:
Em 24 de setembro de 2025, o Governo angolano, através da Endiama E.P., submeteu uma proposta totalmente financiada para aquisição de participação minoritária na De Beers. A iniciativa integra-se no processo global de alienação conduzido pela Anglo American plc, previsto para conclusão no final de 2025, e reforça o interesse de Angola em participar estrategicamente na gestão da maior empresa diamantífera do mundo.
Angola enfatiza que a proposta não visa controlo maioritário da De Beers, mas sim a criação de um consórcio pan-africano liderado pela indústria privada. O objetivo é assegurar que a empresa mantenha independência operacional, diversifique a propriedade e fortaleça sua capacidade de competir em mercados internacionais, preservando a tradição de gestão privada que caracteriza a De Beers desde sua fundação em 1888.
A proposta angolana prevê parceria com governos de Botswana, Namíbia e África do Sul, garantindo participação equilibrada sem domínio exclusivo. Cada Estado membro é convidado a integrar a operação em posições estratégicas, estimulando cooperação regional e fortalecendo laços económicos. O modelo visa promover governança corporativa transparente e inclusiva, assegurando que nenhuma parte detenha poder suficiente para impedir a evolução da De Beers como entidade verdadeiramente internacional.
Em 2024, Angola firmou posição de destaque como um dos maiores produtores mundiais de diamantes, e foi o único país a inaugurar uma mina de classe mundial nos últimos quinze anos. Esse histórico reforça o argumento de capacidade técnica e operacional de Angola, conferindo credibilidade ao consórcio proposto. O país possui vastos recursos de kimberlito ainda por explorar, potencial que pode impulsionar o crescimento sustentável do setor diamantífero.
A Endiama E.P. desempenha papel central na prospecção, exploração e comercialização dos diamantes angolanos, consolidando-se como pilar estratégico da economia nacional. A empresa reafirma disponibilidade para cooperar com investidores privados e outros governos, visando maximizar valor agregado e promover industrialização. Analistas destacam que essa iniciativa sinaliza compromisso de Angola com governança responsável e integração em cadeias de valor globais, ampliando oportunidades de investimento e desenvolvimento sustentável.
