MPLA sob fogo: violência e manipulação política
Por TopAngola ·

Resumo:
Confrontos entre taxistas e forças do MPLA, e as acusações de manipulação de narrativas contra a UNITA, expõem profundas tensões políticas em Angola.
Pontos-chave:
Em Julho de 2025, taxistas em Luanda protestaram contra o aumento dos preços dos combustíveis e tarifas. O Governo do MPLA mobilizou forças de segurança, resultando em confrontos violentos, com mais de 30 mortos segundo dados oficiais e relatos que apontam números muito superiores. UNITA criticou a falta de comunicação prévia e a militarização da resposta, denunciando violações de direitos e prisões arbitrárias.
Adalberto da Costa Júnior, líder da UNITA, afirmou que o direito de manifestação é constitucional e indisponível, mas sofre impedimentos quando exercido por opositores. Ele acusou o MPLA de favorecer protestos a seu favor, enquanto bloqueia outros, gerando tensões. Destacou também que a retirada de subsídios aos combustíveis não foi planejada adequadamente, causando choque social e alimentando a insatisfação popular em diversas províncias.
O documento interno do MPLA exibe uma estratégia de propaganda intensiva para deslegitimar a UNITA: denúncia de paióis de armas, processos criminais contra opositores e expulsão de ONGs. A tática combina escutas, vigilância e brigadas de vigilância popular armadas, projetadas para criar clima de medo. Essa campanha remete a manuais de regimes autoritários, explorando narrativas de ameaça terrorista para justificar ação repressiva.
Em entrevistas, líderes do MPLA como Bento Bento e Kundi Paihama caracterizaram a UNITA e aliados como inimigos internos e potenciais insurgentes. A narrativa inclui acusações de planos de insurreição ao estilo Líbia e Egito, apoio estrangeiro e estoque de armamentos pesados. Essa retórica sustenta o discurso de segurança nacional e legitima medidas de intimidação contra a oposição e sociedade civil crítica.
Especialistas e observadores alertam que esse impasse político agrava a crise social em Angola, com disparidades econômicas e falta de oportunidades alimentando descontentamento. A combinação de repressão violenta e manipulação midiática ameaça a estabilidade e o diálogo democrático. A sociedade civil exige transparência e respeito aos direitos fundamentais para evitar escalada de conflitos e construir soluções consensuais para os desafios nacionais.