CPLP em Bissau: Conflitos e União Africana
Por TopAngola ·

Resumo:
Na cimeira da CPLP em Bissau, os membros debateram referências a conflitos, incluindo o israelo-palestiniano, e elogiaram o programa de Angola na União Africana.
Pontos-chave:
Em 20 de julho de 2025, na cimeira da CPLP em Bissau, os Chefes de Estado debateram a inclusão de conflitos específicos na declaração final. Portugal defendeu referências ao "conflito israelo-palestiniano" entre outros, mas opôs-se a apontar insegurança alimentar em Gaza num documento sectorial. O impasse suscitou protestos do PS, BE e Livre, exigindo explicações e audições parlamentares sobre a posição lusa.
Líderes do PS, BE e Livre qualificaram a recusa portuguesa de mencionar a insegurança alimentar dos palestinianos como injustificável, enquanto o PCP também se manifestou contra. Paulo Rangel clarificou que o tema pertencia a um documento marginal do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional, enfatizando que a declaração final da cimeira, principal e única vinculativa, abrange já os conflitos internacionais de forma genérica.
No mesmo encontro, os Chefes de Estado elogiaram o programa de acção de Angola na presidência da União Africana, destacando iniciativas em Desenvolvimento Sustentável, Paz e Segurança. Mencionaram o acordo de paz na RDC, o Corredor do Lobito e a 17.ª Cimeira Empresarial Estados Unidos-África em Luanda. Reafirmaram a importância de projectos estruturantes para fortalecer integração e comércio regional, com destaque ao impacto económico e diplomático.
Os participantes manifestaram preocupação com as crescentes tensões geopolíticas e defenderam o fortalecimento do multilateralismo como meio de prevenção de conflitos. Sublinhou-se a interdependência entre segurança e desenvolvimento, a necessidade de soluções políticas inclusivas e a solidariedade com populações vulneráveis ameaçadas por crises humanitárias e de crise estrutural. A CPLP reforça compromisso com os Direitos Humanos, soberania alimentar e apoio institucional em situações de crise.
Foi lançado a Década da Juventude da CPLP (2026-2036), estabelecendo a juventude como eixo estratégico em Educação, Saúde e sustentabilidade. Saudaram o memorando com a OPAQ para proibição de armas químicas e o Plano de Ação da Água 2025-2026, visando resiliência hídrica. Reiteraram o compromisso com a Agenda 2030, ODS e o "Pacto para o Futuro", reforçando o diálogo multilateral e a coesão lusófona.