Tensão e política na marcha estudantil em Luanda
Por TopAngola ·

Resumo:
Marcha em Luanda reuniu MEA e PRA-JA, com acusações de oportunismo político e atuação policial contida. Protesto manteve-se pacífico.
Pontos-chave:
In 19 de julho de 2025, centenas de estudantes saíram do Largo do São Paulo em Luanda, motivados pela crise no ensino superior e pelo aumento das propinas. A organização ficou a cargo do MEA, que pretendeu destacar reivindicações sobre educação e custo de vida. Apesar de pressões, o grupo circulou de forma ordeira até o ponto de encontro previamente estabelecido, atraindo apoio de setores da sociedade.
O PRA-JA participou da marcha, mas esclareceu que não havia impulsionado a mobilização. Um cartaz com os dizeres “Abaixo o preço das propinas, é para já!” gerou controvérsia ao coincidir com o nome do partido, provocando acusações de oportunismo político por militantes da UNITA. O secretário Sebastião Salakiaku refutou as críticas, afirmando que era iniciativa popular e que a solidariedade social permaneceu intacta.
A Polícia Nacional relatou infiltração de arruaceiros no cortejo, apontando para cerca de 800 manifestantes, e menciona atos de desordem como apedrejamento e insultos. Apesar das tensões, foram evitados confrontos diretos e não se utilizou gás lacrimogéneo. O porta-voz Nestor Goubel destacou a atuação calma e tolerante dos seus 1.500 agentes, que formaram barreiras para proteger a ordem pública. Este equilíbrio manteve o protesto estável.
A direção do MEA afirmou que os objetivos da marcha foram cumpridos com a leitura pública do manifesto e que não houve envolvimento em atos de vandalismo. Francisco Teixeira, líder do movimento, declarou que seguiram o itinerário combinado e que a ação foi legítima e pacífica. Estudantes, músicos, taxistas e zungueiras participaram e reforçaram o caráter social e educativo do protesto.
Sebastião Salakiaku do PRA-JA lamentou a rivalidade entre partidos e alertou para o risco de divisão da oposição em favor do regime. Destacou que não há orientação para ataques a outros grupos e que eventuais confrontos são reações de militantes, não do partido. Reafirmou o compromisso com causas sociais e defendeu unidade como estratégia para fortalecer a voz popular nas redes e manifestações futuras.