Caholo detido por protestos contra combustíveis
Por TopAngola ·

Resumo:
Caholo foi detido pelo SIC em Luanda sob suspeita de rebelião e apologia após convocar protestos contra a alta dos combustíveis, com feridos e detenções.
Pontos-chave:
Em sábado, 19 de julho de 2025, em Luanda, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) efetuou a detenção do ativista Osvaldo Sérgio Correia Caholo. Conhecido como Osvaldo Caholo, de 36 anos, ele foi preso em cumprimento de mandado do Ministério Público. A ação policial ocorreu após intensa mobilização nas redes sociais por parte do cidadão e pelos organizadores do protesto.
O SIC acusa Caholo de rebelião, instigação pública e apologia ao crime. De acordo com a nota oficial, ele teria proferido ameaças graves durante uma transmissão ao vivo às autoridades de defesa e segurança. O mandado do Ministério Público fundamenta-se em indícios de incitação à desordem pública e ao desrespeito às instituições, crimes estritamente previstos no Código Penal de Angola.
Os protestos contra o aumento dos combustíveis mobilizaram centenas de manifestantes em Luanda e outras cidades. As marchas, convocadas para reclamar redução de preços, resultaram em confrontos locais com agentes do SIC, causando pelo menos nove feridos. Ao todo, 17 pessoas foram detidas nos dias anteriores, segundo organizadores, em operações intensas consideradas arbitrárias por parte das forças de segurança estatais.
Em resposta, a UNITA, principal partido de oposição, condenou as prisões e o uso da força, considerando as detenções arbitrárias e ilegais. O partido destacou violações da Constituição angolana e criticou o que chamou de abuso policial. Parlamentares da oposição que participaram dos protestos também teriam sido alvos de intimidações, segundo o comunicado divulgado pela legenda. Organizações internacionais pediram esclarecimentos.
Uma nova manifestação foi convocada para 26 de julho em todo o país, mantendo a pressão social pelos reajustes. O Ministério Público deve apresentar Caholo em audiência ainda neste domingo, conforme o prazo legal. Especialistas alertam para possíveis desdobramentos judiciais rápidos, já que o processo-crime envolve crimes com previsão de julgamento sumário, e o país observa atentos o desenrolar dos fatos.