Joaquim Jaime vê erro estratégico na FPU
Por TopAngola ·

Resumo:
Joaquim Jaime chama de 'erro estratégico' a adesão do Bloco Democrático à FPU e antevê opções: fusão com UNITA ou candidatura isolada em 2027.
Pontos-chave:
Em 2 de setembro de 2025, o analista Joaquim Jaime classificou como erro estratégico a entrada do Bloco Democrático na Frente Patriótica Unida (FPU), em declarações à Rádio Correio da Kianda. Segundo Jaime, a decisão comprometeu a posição do partido e alterou a dinâmica da coligação, suscitando dúvidas sobre a coesão interna e as prioridades dos seus líderes para o futuro político de Angola.
Joaquim Jaime ressaltou que o sucesso eleitoral da UNITA em 2022 se deveu em grande parte à integração de Abel Chivukuvuku na FPU, afirmando que esse êxito teria sido “roubado” ao Bloco Democrático. Ele recordou tentativas prévias de convite por parte de Filomeno Vieira Lopes, enfatizando as tensões geradas quando o Bloco não conseguiu garantir liderança ou protagonismo na lista de deputados.
Para 2027, Jaime delineou apenas duas alternativas para o Bloco Democrático: concorrer isoladamente, enfrentando riscos de não alcançar representatividade, ou fundir-se com a UNITA, chance que considera vitaminada em termos de estrutura e recursos. Essa dualidade colocaria o partido diante de um dilema estratégico, com implicações profundas para a sua identidade e para o equilíbrio político do país, reforçando debates sobre alianças e sobrevivência partidária.
Jaime alertou também para a divisão interna na UNITA, remetendo às diferentes correntes de apoio — do ala pró-Samakuva à facção que valoriza Rafael Massanga Savimbi — reflexo das divergências incubadas desde o XIV Congresso Ordinário. O analista acredita que o tema da FPU ressurgirá como ponto central de cobrança à liderança cessante, desafiando a coesão e exigindo posicionamentos claros no próximo conclave.
O analista prevê que durante os dias 28, 29 e 30 de novembro, os delegados poderão questionar a direção sobre as escolhas de candidatos e as exclusões de militantes que pleiteavam vaga em 2022. Esse episódio, segundo Jaime, evidencia a urgência de formalizar mecanismos internos de participação e de alinhamento estratégico, sob pena de agravar tensões e comprometer a legitimidade das futuras candidaturas e da própria Frente Patriótica Unida.