Terça-feira, Setembro 23
Resumo

FMI: Dívida e Reservas em África sob Pressão

Por TopAngola ·

2 min leitura
FMI: Dívida e Reservas em África sob Pressão

Resumo: 

O FMI registra que a África obteve quase 70 mil milhões USD desde 2020, mas lida com queda de reservas, dívida externa alta e urgência em novos programas de ajustamento.

Pontos-chave:

  • Desde 2020, o Fundo Monetário Internacional concedeu quase 70 mil milhões de dólares a economias africanas, por meio de programas de ajustamento financeiro e de resiliência. Esses recursos visam mitigar choques persistentes, como a pandemia de covid-19, e suportar investimentos climáticos através de mecanismos como o ECF e o RSF. Adicionalmente, o FMI avalia prorrogações e aumentos de financiamento para países com metas pendentes, refletindo a urgência de medidas sustentáveis.

  • Em Cabo Verde, o ECF foi estendido por 15 meses com 60 milhões de euros adicionais, enquanto o RSF tem suporte para investimentos climáticos. Na Guiné-Bissau decorre um ECF de 40 milhões de euros, e em São Tomé e Príncipe o programa vigora até 2027 com mais de 21 milhões. Moçambique e Quénia negociam novos acordos após falhas de metas.

  • O FMI projeta que as reservas internacionais de Angola cairão de 15.768 para 12.668 milhões USD até 2026, uma redução de 20% (3,1 mil milhões USD). Esta análise baseia­se na degradação das condições macroeconômicas e na queda da produção petrolífera, que em 2025 não garante níveis suficientes de receitas em divisas para equilibrar o orçamento e sustentar o serviço da dívida.

  • Os custos do serviço da dívida africana atingiram quase 90 mil milhões USD em 2024, pressionando os orçamentos públicos. A escassez de financiamento bancário interno obriga empresas a recorrer a mercados de dívida soberana com juro elevado, reduzindo crédito ao setor privado. Analistas alertam para o risco de rating do setor bancário seguir o do Estado, o que agrava o aperto de liquidez.

  • Face à difícil captação de divisas externas e às taxa juros proibitivas, governos recorrem a endividamento doméstico e empréstimos de curto prazo do BCE, arriscando independência dos bancos centrais. O FMI enfatiza a importância de acordos de longo prazo e de reformas fiscais que estabilizem ratings soberanos. A coordenação internacional e o fortalecimento da governança económica são apontados como cruciais para mitigar choques futuros.

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