Inflação em Angola acelera com custos mais altos
Por TopAngola ·

Resumo:
Em Angola, a inflação anual caiu para 19,73%, a mais baixa desde 2023. Mas habitação, energia e transportes mantêm pressão e devem subir em julho.
Pontos-chave:
Em 2025, Angola registou uma inflação anual de 19,73%, a taxa mais baixa desde 2023. Analistas atribuem esta queda à estabilização do kwanza e à maior disponibilidade de bens no mercado. A redução anual representa um alívio para consumidores e investidores, mas autoridades económicas alertam que fatores externos e internos podem inverter a trajetória em breve, alterando o cenário de preços.
A queda mensal de 1,21% em junho, comparada com 1,17% em maio, refletiu principalmente os aumentos nos custos de habitação e serviços públicos, que subiram 3,33% no período. O setor de bens e serviços diversos também registou uma alta de 1,56%. Estas variações mensais sinalizam mudanças no padrão de consumo e podem influenciar as políticas monetárias implementadas pelo Banco Nacional de Angola.
Especialistas destacam a pressão proveniente do segmento de transportes, intensificada pelo aumento do preço do gasóleo para 400 kwanzas em julho. O ajuste nos custos de mobilidade afeta diretamente o orçamento das famílias e o preço final de mercadorias variadas. Regiões como Benguela, Cabinda, Uíge e Cuanza-Norte registraram índices mais elevados de inflação, refletindo desigualdades regionais e desafios logísticos no escoamento de produtos.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) atribui parte da desaceleração inflacionária à estabilização cambial e à maior oferta de bens importados. Contudo, o reajuste de 11% nas tarifas de água e energia, autorizado em maio, exerceu impacto relevante sobre os custos domésticos. Analistas do FMI e do Banco Mundial acompanham de perto as medidas do executivo e recomendam cautela na definição de novas políticas fiscais.
As projeções indicam que, sem intervenções adicionais, a inflação poderá ultrapassar os 20% anuais até o final do ano, pressionada pelos custos globais de energia e pelos gargalos logísticos. O Banco Nacional de Angola reafirma o compromisso de manter a estabilidade dos preços, mas reconhece que a gestão macroeconómica enfrenta desafios significativos. Consumidores e empresários aguardam sinais claros sobre futuras ações governamentais.