Jornalistas e líderes detidos por terrorismo
Por TopAngola ·

Resumo:
Jornalistas e líderes associativos foram detidos em Luanda sob acusação de terrorismo, suscitando protestos de sindicatos e apelos por transparência.
Pontos-chave:
Em 15 de agosto de 2025, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) iniciou detenções em Luanda envolvendo líderes associativos e jornalistas, sob acusações de terrorismo, associação criminosa, incitação à violência e atentado contra a segurança nos transportes. Entre os detidos estão dirigentes da ATLA, ABTAXI e a cooperativa 2PN, além dos jornalistas Carlos Tomé e Alfredo Bumba, ambos acusados de crimes graves.
Segundo o SJA, advogados contratados fornecerão acompanhamento jurídico aos profissionais detidos, garantindo apoio nos processos e esclarecimento sobre as suspeitas que ainda carecem de comprovação oficial. O Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) também manifestou preocupação, alertando para o risco de uso de acusações de terrorismo como mecanismo de intimidação. Em comunicado conjunto, as entidades reforçam a importância da liberdade de imprensa e do devido processo legal.
As detenções baseiam-se em fortes indícios de envolvimento na promoção de atos de vandalismo e arruaça, bem como em acusações formais de associação criminosa, incitação à violência, atentado contra a segurança nos transportes e terrorismo. As investigações apontam suposto financiamento e coordenação de ações contra bens públicos e privados, ocorridas no final de julho, ainda sob análise do SIC. Os detalhes permanecem sob sigilo até apresentação de denúncias formais.
Dentre os detidos pelo SIC, destacam-se Leonardo Lopes, presidente da ATLA; Alfredo Armando Bumba, jornalista do Quadrante TV; Melo Celestino, líder da ABTAXI; Pedro Fernandes, da cooperativa 2PN; e Renato Cambungo, agente de vendas online. Também figuram o jornalista da TPA, Emiliano Carlos Tomé, e dois cidadãos russos, todos mantidos em prisão preventiva enquanto o inquérito avança. As idades dos implicados variam entre 20 e 48 anos.
A operação reacendeu o debate sobre a liberdade de imprensa em Angola e a linha tênue entre investigação jornalística e ilícitos. Observadores alertam que acusações de terrorismo podem restringir meios independentes. Essa mobilização judicial ocorre em meio a críticas nacionais e internacionais e pode ter repercussões políticas e sociais significativas. Analistas recomendam maior transparência e respeito ao devido processo para preservar o pluralismo e proteger profissionais da comunicação.
2 Fontes
Processo terrorismo leva detenção do presidente da associação dos lotadores e de mais um jornalista
SJA e CCE preocupados com detenções de jornalistas acusados de terrorismo, apelam à calma da classe e pedem aos jornalistas que não se deixem amedrontar – Sindicato contrata advogados para prestar apoio aos profissionais detidos