Líderes da África Exigem Financiamento Já
Por TopAngola ·

Resumo:
Chefes de Estado da UA pedem subsídios em vez de empréstimos aos países ricos para garantir a transição energética justa e US$3 bilhões até 2030.
Pontos-chave:
Em 11 de setembro de 2025, na capital da Etiópia, Adis Abeba, realizou-se a segunda Cimeira do Clima de África, organizada pela União Africana. Durante o encontro, os chefes de Estado adotaram oficialmente a Declaração de Adis Abeba sobre Mudanças Climáticas e Chamada à Acção, documento que estabelece prioridades de financiamento e estratégias para enfrentar os desafios ambientais no continente nos próximos anos.
Os líderes africanos enfatizaram que os países desenvolvidos devem cumprir os seus compromissos financeiros históricos, alinhando recursos com as prioridades definidas pela África. Segundo o documento, as nações ricas devem canalizar fundos para projetos de energia renovável, adaptação climática e infraestrutura sustentável, promovendo parcerias público-privadas e mecanismos de monitoramento eficazes, respeitando a equidade e a urgência do continente diante das crescentes ameaças ambientais e ao bem-estar das populações locais.
Os chefes de Estado recordaram que a África necessita de mais de três biliões de dólares para cumprir as metas climáticas até 2030. Entre 2021 e 2022, o continente recebeu apenas 30 mil milhões de dólares, o que evidencia um desfasamento crítico no financiamento. A lacuna financeira reforça a necessidade de alianças internacionais robustas e de instrumentos financeiros adequados à realidade africana, com enfoque em subsídios.
Para evitar o agravamento da dívida soberana, a Declaração solicita que os recursos sejam distribuídos através de subvenções, não de empréstimos onerosos. Os líderes afirmam que essa abordagem garantirá apoio mais equitativo e oportuno, sem comprometer a capacidade orçamental dos Estados africanos. A dívida crescente poderia minar os esforços de desenvolvimento sustentável e agravar a vulnerabilidade económica de comunidades já expostas às mudanças climáticas.
O texto também destaca a importância de parcerias público-privadas e a mobilização de recursos internos, estimulando a inovação local. Os líderes exigem mecanismos transparentes de monitorização e o desembolso equitativo dos fundos, assegurando que as comunidades mais afetadas recebam apoio prioritário. Reforça-se que a cooperação internacional deve incluir transferências tecnológicas e capacitação, fortalecendo a resiliência ambiental e socioeconómica do continente a longo prazo.