Morre em Londres o ex-presidente Buhari
Por TopAngola ·

Resumo:
Ex-presidente nigeriano Muhammadu Buhari morreu em Londres aos 81 anos. Reconhecido pela luta anticorrupção e contra o Boko Haram, teve a morte confirmada pela família em 13 de julho de 2025.
Pontos-chave:
Em 13 de julho de 2025, o ex-presidente nigeriano Muhammadu Buhari faleceu em Londres aos 81 anos, depois de complicações de saúde. A notícia foi divulgada por seu porta-voz, Garba Shehu, que confirmou o óbito numa clínica da capital britânica. O anúncio gerou comoção nacional na Nigéria, com manifestações de pesar de autoridades e opositores, marcando o fim de uma era política no país.
Muhammadu Buhari liderou o país em dois períodos: inicialmente como chefe militar após o golpe de dezembro de 1983 até 1985, e posteriormente como presidente eleito entre 2015 e 2023. Durante os mandatos democráticos, seus esforços visavam reformar instituições estatais, fortalecer organismos de investigação e impor penas severas a envolvidos em corrupção, consolidando uma imagem de rigor e disciplina no governo civil.
A campanha anticorrupção de Buhari, simbolizada pela criação de agências especiais e operações de busca e apreensão, resultou na prisão de políticos, empresários e membros do alto escalão. Essa estratégia ganhou apoio popular, mas também suscitou críticas por supostas violações de direitos e processos conduzidos sem transparência. Ainda assim, muitos consideram seu legado como marco na tentativa de conter a má gestão e desvio de recursos públicos na Nigéria.
Além do combate à corrupção, Buhari liderou operações militares intensas contra o grupo extremista Boko Haram no nordeste do país. Tomadas de território e ataques a bases insurgentes reduziram a influência do grupo, mas deixaram comunidades deslocadas e denúncias de abusos. Organizações de direitos humanos apontaram possíveis excessos das forças de segurança, gerando debates sobre equilíbrio entre segurança e respeito às liberdades civis.
A morte de Muhammadu Buhari provocou decretos de luto nacional e homenagens de líderes africanos e internacionais. Para muitos nigerianos, seu legado é ambíguo, combinando progresso institucional e restrições políticas. Analistas apontam que o falecimento abre espaço para reflexões sobre o futuro da democracia na Nigéria e desafios na transição de poder, enquanto a população aguarda o pronunciamento oficial do governo sobre as cerimônias de despedida.