Paulo Tchipilica, ícone da Justiça angolana, morre
Por TopAngola ·

Resumo:
Paulo Tchipilica, jurista e ex-ministro da Justiça de Angola, faleceu em Luanda aos 85 anos. Primeiro Provedor de Justiça, defendeu direitos humanos.
Pontos-chave:
Paulo Tchipilica nasceu a 21 de dezembro de 1939, na província da Huíla. Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa em 1976. Entre 1976 e 1992, exerceu funções como conselheiro jurídico no Conselho de Ministros de Portugal e atuou como advogado na Ordem dos Advogados de Lisboa. Esta experiência internacional marcou o início de uma carreira sólida no setor jurídico angolano.
Em 1992, Tchipilica foi nomeado ministro da Justiça de Angola, cargo que ocupou durante 12 anos no governo de José Eduardo dos Santos. Em 2004, tornou-se o primeiro Provedor de Justiça de Angola, função que exerceu ao longo de 13 anos. Nestes papéis, destacou-se pela dedicação ao Estado de Direito, pela promoção da legalidade e pela mediação de conflitos entre cidadão e Estado, sensibilizando autoridades para o respeito aos direitos individuais.
No dia 15 de setembro de 2025, Paulo Tchipilica faleceu em Luanda, vítima de doença prolongada. O óbito ocorreu na Clínica Girassol, onde esteve internado nas últimas semanas. Aos 85 anos, recebeu homenagens de dirigentes políticos e profissionais do direito. Sua partida provocou consternação na sociedade angolana, que reconheceu seu papel como defensor incansável da justiça e da cidadania. A comunidade jurídica angolana decretou luto oficial e elogiou seu legado.
Professor e académico, Tchipilica foi docente de Direito, formando várias gerações de juristas angolanos. Como religioso e defensor dos Direitos Humanos, participou de conferências nacionais e internacionais. Era reconhecido pelo português refinado e pela postura ética e pedagógica. Seu legado inclui a consolidação do ensino jurídico, a promoção de uma cultura de cidadania fundamentada na igualdade perante a lei. Contribuiu para a construção institucional do Estado angolano.
Ao longo da carreira, Tchipilica foi laureado por organizações de direitos humanos e entidades acadêmicas e recebeu condecorações estatais. Sua ética e visão estratégica influenciaram políticas judiciais e inspiraram reformas legais. Analistas afirmam que seu trabalho fortaleceu a confiança dos cidadãos no sistema de justiça angolano. O seu exemplo permanece como referência para futuras gerações de magistrados, advogados e defensores dos direitos fundamentais.