EUA e Ucrânia selam pacto de minerais críticos
Por TopAngola ·

Resumo:
EUA e Ucrânia fecham pacto mineral: fundo de reconstrução dá prioridade americana a alumínio, grafite e petróleo; analistas questionam legitimidade.
Pontos-chave:
Em 1.º de maio de 2025, Washington e Kiev fecharam um acordo de 20 pontos que inaugura um Fundo de Investimento para a Reconstrução e dá aos Estados Unidos prioridade em projetos que explorem alumínio, grafite, petróleo, gás natural e outras terras raras ucranianas, considerados cruciais para baterias, aviação e defesa, durante pelo menos a próxima década, segundo o Tesouro dos EUA.
Yulia Svyrydenko, vice-primeira-ministra e ministra da Economia ucraniana, assinou o texto; nos EUA, o anúncio coube ao secretário do Tesouro Scott Bessent, que chamou o pacto de "um sinal claro para a Rússia". A presença de investidores norte-americanos junto às minas serve como escudo de facto contra avanços russos e obriga Moscovo a recalcular riscos militares, especialmente nas frentes de Donetsk e Zaporizhzhia.
O acordo traz embutidas polémicas: a oposição questiona a legitimidade do presidente Volodymyr Zelensky por adiar eleições em 2024 e lembra que o texto ainda precisa do aval da Rada. Outra cláusula congela dividendos aos EUA por dez anos, concessão política que críticos enxergam como custo financeiro diferido para Washington num período de déficit elevado.
Para Kiev, o pacto é um "bilhete premiado": protege jazidas perto da linha de frente e atrai capital estrangeiro sem exigir reembolso dos US$ 100 mil milhões já recebidos em ajuda. Para Washington, ganhos imediatos são estreitos; retorno na mineração só após 2035, estimam analistas da Bloomberg, alimentando debate doméstico em ano eleitoral americano.
O anúncio saiu enquanto Vladimir Putin propunha cessar-fogo de três dias para o 9 de Maio; Zelensky recusou e pediu trégua de 30 dias, buscando tempo para rearmar. Observadores dizem que a nova parceria mineral pressiona Moscovo a dialogar, pois qualquer ataque a ativos com presença dos EUA elevaria drasticamente o risco de escalada militar internacional.