Tumultos no Nepal levam renúncia de premiê
Por TopAngola ·

Resumo:
Protestos no Nepal incendiaram prédios e casas de políticos, gerando confrontos: o primeiro-ministro renunciou após dezenas de mortos e feridos.
Pontos-chave:
Em 8 de setembro de 2025, protestos massivos eclodiram em várias cidades do Nepal, incluindo Katmandu, motivados pela restrição de acesso a redes sociais não registadas no Ministério das Comunicações. Os manifestantes exigiram liberdade digital e denunciavam censura governamental após bloqueios no Facebook, Instagram, X e YouTube, que consideraram atentatórios ao jornalismo cidadão.
Os confrontos resultaram em mais de 20 mortos e centenas de feridos, segundo agências como India Today e TASS. Manifestantes incendiaram prédios oficiais, incluindo Parlamento, Suprema Corte e Ministério Público. Prisões foram invadidas no oeste do país, permitindo a fuga de mais de 1.500 detentos em Nakhu, Lalitpur, e outros centros. As autoridades evacuaram o presidente Ram Chandra Paudel e o então primeiro-ministro Sharma Oli por helicóptero.
Sharma Oli apresentou renúncia ao cargo em resposta às pressões populares e à intensificação dos protestos. A decisão de suspender sinal de internet e redes sociais foi apontada como principal estopim. Jovens, apelidados de “Revolução Geração Z”, lideraram as manifestações exigindo novas eleições e formação de governo inclusivo. A crise política agrava instabilidade, com vozes civis e militares em alerta para restaurar a ordem.
O governo justificou o bloqueio alegando combate a fake news, discurso de ódio e crimes cibernéticos, além de exigir registro das plataformas no Ministério das Comunicações. Analistas criticam a medida como forma de controle autoritário da dissidência. Observadores internacionais expressaram preocupação com direitos digitais. A suspensão acabou revertida após diálogo tenso com líderes sociais e repúdio global aos abusos de poder em nome da segurança.
O episódio reflete padrões globais de uso de shutdown de internet como resposta a protestos, com precedentes em Angola (greve dos taxistas) e outros países. No Nepal, a geografia entre Índia e Tibete e o legado cultural do jornalismo cidadão impulsionaram mobilizações. Especialistas apontam para necessidade de reforma legal que equilibre segurança e liberdade digital, evitando novas escaladas de violência e isolamento informacional.
3 Fontes
Manifestantes no Nepal dizem ter assumido controlo do país
Primeiro-Ministro do Nepal renuncia após violentos protestos que deixaram mais de 20 mortos
Media: Milhares nas ruas obrigam Governo do Nepal a reabrir acessos às redes sociais – Pelo menos 19 pessoas morreram em confrontos com a polícia em nome da "liberdade"