Inflação em Angola desacelera em agosto
Por TopAngola ·

Resumo:
Inflação em Angola recuou a 18,88% em agosto de 2025, 0,61 pp abaixo de julho. Saúde e Transportes lideraram as variações, com Alimentação pressionando o IPC.
Pontos-chave:
Em agosto de 2025, o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) em Angola apresentou uma variação de 18,88%, marcando uma desaceleração de 0,61 ponto percentual face ao mês anterior e recuo de 11,66 pontos percentuais em relação a agosto de 2024. Este movimento sinaliza uma tendência de abrandamento das pressões inflacionárias no período homólogo. Analistas consideram este resultado reflexo de políticas monetárias e fiscais restritivas.
Na análise por classes de despesa, a categoria de Saúde liderou o aumento de preços com variação homóloga de 23,69%, seguida por Transportes (21,07%), Bebidas alcoólicas e tabaco (20,55%) e Bens e serviços diversos (20,54%). Estas pressões foram atribuídas a custos de insumos importados, ajustamentos cambiais e consumo interno aquecido em segmentos específicos. As medidas de subsídio governamental e alterações de tarifas públicas influenciaram parcialmente estes índices.
Quanto à contribuição para o nível geral do IPC, a classe de Alimentação e bebidas não alcoólicas foi a principal responsável, adicionando 11,60 pontos percentuais ao índice. O segmento de Bens e serviços diversos contribuiu com 1,45 pp, seguido por Transportes com 1,09 pp e Saúde com 0,99 pp, enquanto as demais categorias representaram incrementos inferiores a 0,99 ponto percentual.
As variações regionais revelaram disparidades significativas: as províncias de Luanda (16,36%), Malanje (17,52%) e Huambo (17,69%) registraram as menores taxas de inflação homóloga. Em contraste, Cabinda disparou para 29,58%, seguida por Namibe (23,86%) e Cuanza Norte (23,81%), refletindo diferenças na dinâmica económica e nos padrões de consumo locais. Especialistas apontam que fatores como acesso a bens essenciais, logística de distribuição e políticas regionais de subsídio influenciam estes resultados.
Este abrandamento inflacionário pode aliviar a pressão sobre o poder de compra das famílias angolanas e influenciar decisões de política monetária pelo Banco Nacional de Angola. Entretanto, os relatórios destacam a necessidade de reforçar a produção interna de bens essenciais e diversificar as cadeias de abastecimento para mitigar impactos futuros de choques externos nos principais componentes do IPC. Analistas sugerem acompanhamento contínuo dos indicadores de consumo e reservas cambiais.