Crise diplomática na Ucrânia: fuga e recusa
Por TopAngola ·

Resumo:
Dois eventos marcam crise diplomática ucraniana: diplomatas fugiram por proibição de saída e Zelensky rejeitou encontro com Putin em Moscovo.
Pontos-chave:
Desde fevereiro de 2022, a Ucrânia vive sob lei marcial que proíbe cidadãos até 60 anos de deixar o país. Em recente decreto presidencial, essa restrição foi estendida a antigos diplomatas, motivando constrangimentos internos e internacionais. A medida visa, segundo fontes, evitar declarações contrárias ao governo de Volodymyr Zelensky no exterior, alcançando membros do corpo diplomático anteriormente isentos desta norma restritiva.
Poucas horas antes da entrada em vigor do decreto, Dmitry Kuleba, antigo chefe da diplomacia ucraniana, deixou o país clandestinamente, descrito por ele próprio como uma fuga “como um ladrão” até à Polónia. Estima-se que mais de três milhões de ucranianos se refugiaram ali desde o início do conflito. O episódio levanta questões sobre a confiança das autoridades em seus diplomatas.
Em entrevista à ABC News, o presidente Volodymyr Zelensky rejeitou a proposta de Vladimir Putin para um encontro presencial em Moscovo. Zelensky argumentou que não pode visitar a capital de um país que ataca civis com mísseis diariamente. Ele reafirmou estar aberto a negociações “em qualquer formato” e sugeriu que, para construir pontes, Putin deveria deslocar-se a Kyiv. Sete países, incluindo Áustria e Turquia, ofereceram-se para acolher a cimeira.
Analistas destacam mudança no discurso presidencial: Zelensky afirmou que a Ucrânia já não busca expulsar todas as tropas russas para além das fronteiras de 1991, mas sim impedir a ocupação total do território. Essa nova meta mais realista pode facilitar uma saída diplomática para Kyiv. Observadores sugerem que tal ajuste visa consolidar apoios internacionais e preparar terreno para futuras negociações de paz.
Na frente de batalha, a superioridade russa em forças e armamentos tem pressionado posições ucranianas, conforme admitiu o CEMGFA general Sirsky. No último fim de semana, a Rússia lançou mais de 700 drones e cerca de 100 mísseis, recorde desde o início do conflito. Paralelamente, o ex-presidente Donald Trump anunciou renovação de conversas com Putin, prometendo discutir sanções e normalização das relações Washington-Moscovo.