Tumultos em Angola deixam danos e centenas detidos
Por TopAngola ·

Resumo:
Protestos e paralisação de taxistas provocaram confrontos, danos em lojas, mortes e mais de 1200 detenções. Relatos apontam uso excessivo de força.
Pontos-chave:
Entre os dias 28 e 30 de julho de 2025, milhares de taxistas em Luanda iniciaram uma greve contra o aumento dos combustíveis, que evoluiu para manifestações espontâneas em várias províncias como Huambo, Benguela, Malanje e Huíla. O bloqueio de vias, barricadas e protestos cresceram a partir de denúncias de dificuldades económicas e falta de diálogo com as autoridades locais.
O balanço oficial apontou pelo menos 29 mortos nos tumultos iniciais, atingindo 22 em Luanda e sete em Malanje, além de cerca de 197 feridos e mais de 1200 detenções. Autoridades como o Ministério do Interior e o Sindicato dos Taxistas mantiveram números distintos, mas concordam que as prisões em massa marcaram os primeiros dois dias de desordem civil e intervenções policiais intensas.
Relatórios das associações de comércio, como a Ecodima, indicaram que pelo menos 91 lojas em Luanda e Malanje foram vandalizadas, destacando pilhagens em 72 unidades da rede Arreiou. Supermercados, agências bancárias e armazéns tiveram danos severos, enquanto a Empresa de Limpeza e Saneamento (ELISAL) coordenou a remoção de detritos nas principais avenidas para restabelecer o tráfego e a atividade comercial.
Diante da situação, a Ordem dos Advogados de Angola mobilizou equipes jurídicas para acompanhar julgamentos sumários, garantindo legalidade e imparcialidade. Sete jovens já foram condenados a até 20 meses de prisão, enquanto mais de 100 menores retornaram às famílias. Organizações como a AJPD destacaram a importância de advocacia independente e protestaram contra processos sem acesso prévio às acusações.
No plano internacional, o Escritório de Direitos Humanos da ONU condenou atos de vandalismo e pediu investigações rápidas, completas e independentes sobre o uso de força. Representantes da União Europeia e da Lusa também relataram imagens de munição real e gás lacrimogêneo, suscitando críticas ao suposto uso desproporcional e ameaçando sanções caso não haja responsabilização dos autores de violações.
18 Fontes
Número de vítimas mortais durante os tumultos em Angola sobe para 29, indica último balanço da Polícia Nacional
Relatório aponta para 91 lojas vandalizadas em Luanda e Malanje
ONU condena actos de vandalismo em Angola e apela às autoridades investigações completas
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