União Africana mobiliza ação contra ébola na RDC
Por TopAngola ·

Resumo:
A União Africana enviou especialistas do África CDC à província de Kasai, na RDC, para reforçar vigilância e prevenção de um novo surto de ébola.
Pontos-chave:
Em 5 de setembro de 2025, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC) divulgou que as cidades de Bulape e Mweka, na província de Kasai, registaram casos suspeitos de ébola. Fontes afirmam que pelo menos 28 pessoas estão sob observação. O órgão reforçou que a mobilização de equipas visa intensificar a vigilância e reduzir o risco de transmissão comunitária.
Após a confirmação do surto, o director-geral Jean Kaseya deslocou-se à RDC para reuniões com o ministro da Saúde, Samuel-Roger Kamba, visando coordenar as operações. Equipes especializadas em rastreio de contactos, gestão de dados e capacidade laboratorial foram posicionadas. O África CDC sublinhou a importância da colaboração local e internacional para assegurar respostas rápidas, minimizando atrasos na identificação de casos e melhorando o suporte logístico.
Este é o 16º surto de ébola declarado na República Democrática do Congo desde 1976, sendo o primeiro na província de Kasai desde 2008. O histórico da doença no país inclui surtos com elevadas taxas de mortalidade, alguns ultrapassando 60%. Estudos da OMS indicam que a vigilância contínua e a vacinação de grupos de risco são essenciais para prevenir futuras crises sanitárias.
O surto de ébola surge num contexto já afetado por crises de saúde, como mpox e cólera, que sobrecarregam infraestrutura de saúde locais. Cortes na ajuda internacional por decisões de Estados Unidos e países europeus complicam o financiamento de respostas emergenciais. Especialistas alertam para a necessidade de recursos sustentáveis, reforço de cadeias de abastecimento e parcerias público-privadas para garantir equipamentos e vacinas.
O ébola é uma febre hemorrágica grave transmitida por contacto direto com sangue ou fluidos corporais de humanos ou animais infectados. Com taxas de mortalidade entre 60% e 80%, segundo a OMS, cada surto exige respostas imediatas para rastreio de contactos, isolamento de casos e vacinação de equipes de saúde. A intervenção precoce é determinante para reduzir a propagação e salvar vidas.