Lourenço: país não pode ficar nas mãos de qualquer
Por TopAngola ·

Resumo:
João Lourenço afirma que não deixará a sucessão de Angola nas mãos de qualquer um e exige que seu substituto seja tão competente ou melhor que ele.
Pontos-chave:
Em 23 de julho de 2025, João Lourenço concedeu entrevista à CNN Portugal no Palácio Presidencial em Luanda, onde expôs suas preocupações sobre a sucessão presidencial. Durante o diálogo, o Presidente destacou que reflete diariamente sobre a escolha de um substituto, enfatizando que não seria verdade dizer que não pensa no tema. O encontro revelou o tom cauteloso mas decidido de Lourenço diante do futuro político de Angola.
Em palavras duras, Lourenço afirmou: “Não podemos deixar que o País fique nas mãos de um qualquer”. Com firmeza, destacou que é seu dever considerar o futuro sucessor, pois não quer que Angola seja conduzida por pessoa inexperiente. A declaração ilustra sua preocupação em preservar a estabilidade nacional e garantir liderança capacitada para enfrentar desafios políticos e socioeconômicos essenciais ao progresso do país.
Sobre o perfil do sucessor, Lourenço sublinhou que deseja alguém que faça igual ou melhor do que ele na governação. Ele afirmou que, caso contrário, sentirá remorso e atribuír-se-á responsabilidade. A comparação histórica ao jovem de 37 anos que sucedeu Agostinho Neto em 1979 reforça sua abertura a novos líderes mais jovens, desde que demonstrem preparo técnico e visão estratégica para Angola.
Durante a conversa, Lourenço também comentou as recentes manifestações em Luanda devido ao aumento de preços de combustíveis e bens essenciais, além de criticar a nova Lei de Imigração aprovada em Portugal. Ele expressou incômodo com as disposições que podem afetar as relações bilaterais e alertou sobre riscos à cooperação na CPLP, enfatizando a importância de tratamento justo aos imigrantes.
João Lourenço garantiu respeito pelos estatutos do MPLA e pela Constituição da República, ressaltando que a escolha do sucessor não depende exclusivamente de sua vontade individual. Ele afirmou confiar no processo interno do partido e assegurou que a decisão será tomada em conformidade com os princípios democráticos, visando a continuidade de políticas que consolidem o desenvolvimento e a estabilidade de Angola.